Por DCM
Sem citar o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, Lula afirmou que não tem a obrigação de gostar do mandatário do país. Durante discurso na cerimônia de formandos do Instituto Rio Branco, escola da diplomacia brasileira, o petista afirmou os chefes de Estado não precisam ser amigos, basta “conviver democraticamente na adversidade”.
“Estamos vivendo algumas confusões na América do Sul. Não é mais a mesma de 2002, 2004 e 2006. Nós vamos ter problemas políticos e, ao invés de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los, tentar conversar, tentar fazer com que as pessoas aprendam a conviver democraticamente na adversidade”, afirmou o presidente.
“Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo, ele tem que ser presidente do país dele e eu tenho que ser presidente do meu país. Nós temos que ter política de Estado brasileiro e ele, do Estado dele”, prosseguiu.
Durante a campanha eleitoral, Milei chamou Lula de “comunista” e “corrupto”, motivo pelo qual ele não deve comparecer à sua cerimônia de posse. O presidente eleito do país também disse que não manteria relações com países que ele considera “socialistas”, como Brasil, Rússia e China.
Milei também deve acabar com a tradição diplomática entre Brasil e Argentina, de visitar o país vizinho após ser eleito.
Lula defende que os chefes de Estado devem “sentar na mesa” e “defender seus interesses”. “A gente tem que chegar a um acordo. Essa é a arte da democracia”, finalizou o petista.
Sem citar Milei, Lula diz “não ter que gostar” do presidente argentino.
“Eu não tenho que gostar do presidente, sabe, do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo”, ressaltou o petista. pic.twitter.com/IKfiphxg8a
— Metrópoles (@Metropoles) November 21, 2023
Milei venceu o peronista Sergio Massa por 55% a 44%. Lula parabenizou o novo governo argentino em publicação nas redes, mas não citou diretamente o presidente eleito após sua vitória nas eleições e nem conversou diretamente com ele após o resultado.
O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Paulo Pimenta, afirmou que Lula só deveria conversar com ele depois de uma ligação “para pedir desculpa” pelos ataques.
Foto: Reprodução