Por CNN
O ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, foi nomeado presidente da estatal Emgea, vinculada ao ministério da Fazenda.
O nome dele foi aprovado na semana passada pelo conselho de administração. Ele vai receber uma remuneração mensal de R$ 42.827,16, conforme dados disponíveis no site da empresa.
A Emgea foi criada em 2001 para administrar créditos podres da Caixa Econômica Federal criados ainda na década de 90.
Os planos do governo Bolsonaro eram liquidar a empresa, vendendo parte de sua carteira de ativos e repassando o restante para o próprio banco estatal.
Segundo apurou a reportagem, a indicação do nome de Pimentel veio do Palácio do Planalto.
No dia 28 de março, ele foi recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já como presidente da Emgea. A reunião consta da agenda de Haddad.
Filiado ao PT, Pimentel foi ministro do Desenvolvimento da ex-presidente Dilma Rousseff de quem é muito próximo desde a época da ditadura militar. Em 2014, elegeu-se governador de Minas Gerais em primeiro turno – o primeiro petista a conquistar o cargo.
A administração, no entanto, enfrentou muitas dificuldades financeiras, atrasando e parcelando salários de servidores.
Pimentel também teve seu nome envolvido em diferentes acusações de corrupção. Uma delas foi a Operação Acrônimo, que investigava um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo colaboradores da sua campanha a governador.
Na denúncia, a Procuradoria Geral da República, citava repasses da concessionária Caoa e outras empresas de Benedito Rodrigues de Oliveira, conhecido como Benedito.
Em julho de 2020, o inquérito foi arquivado por falta de provas. Em 2022, o ex-governador foi candidato a deputado federal por Minas Gerais, mas não se elegeu.
Procurado pela CNN, Pimentel preferiu não se manifestar até sua posse na segunda quinzena de abril.
A Lei das Estatais proíbe a participação de pessoas que participaram de campanhas eleitorais em postos de comando nessas. O caso do ex-ministro, no entanto, causa divergência entre os especialistas. Alguns entende que, como ele foi candidato e não coordenador da campanha, não haveria empecilho.
De toda forma, esse trecho da lei está suspenso por uma liminar do ex-ministro do STF, Ricardo Lewandowski.
Foto: Reprodução/Facebook – 28/3/2023