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“Fanatismo do governo certamente terminará em violência”, alerta Santos Cruz

15 de junho de 2021, 14h33 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Hora do Povo

“O Exército enfrenta o mesmo problema das outras instituições brasileiras: o risco de erosão. Infelizmente, a mentalidade anarquista do presidente age para destruir e desmoralizar as instituições”, disse o general.

Em artigo, publicado neste domingo no Estadão, com o título “Por que envolver o Exército em crise política?”, o general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, afirma que a mentalidade anarquista ameaça as instituições brasileiras, inclusive o Exército.

“O Exército enfrenta o mesmo problema das outras instituições brasileiras: o risco de erosão. Infelizmente, a mentalidade anarquista do presidente age para destruir e desmoralizar as instituições, e banalizar o desrespeito pessoal, funcional e institucional. Junto com seguidores extremistas, alimenta um fanatismo que certamente terminará em violência”, diz um trecho do artigo.

“Ao invés de recuperação e aperfeiçoamento das instituições, assistimos ao agravamento da situação existente e a erosão da Saúde, Justiça, Meio Ambiente e Educação”, prossegue o general, destacando que “o presidente tenta também desmoralizar o sistema eleitoral, mas não apresenta as provas de fraude que diz possuir”. Até o Tribunal de Contas da União, aponta o general, é atingido. “Semeia dúvidas sobre o Tribunal de Contas da União, valendo-se de relatório e dados falsos”, denuncia Santos Cruz.

“No orçamento da União, apresenta uma nova forma de “mensalão” – o chamado orçamento secreto. Nas Relações Exteriores, graças ao Senado, escapamos do vexame da quase nomeação de um embaixador esdrúxulo junto aos EUA, e agora temos à frente a investida demagógica de uma nomeação para a África do Sul. Oxalá o Senado poupe o Brasil de mais essa”, acrescenta o general.

O militar afirma que há uma tentativa por parte do presidente de erosão de uma das instituições de maior prestígio do Brasil – o Exército Brasileiro. “O caso do general no palanque, em mais um evento populista promovido pela autoridade maior, é da alçada do comandante da Força, que decidiu dentro das suas atribuições. Problemas disciplinares são resolvidos diariamente por todos os comandantes, nos diversos níveis. Não é esse o problema. O problema é muito maior e mais grave. É político. E tem um responsável – o presidente” assinala Santos Cruz.

“Para realizar seu projeto pessoal, ele vem testando o Exército frequentemente. Isso é deliberado. É projeto de poder. Não acontece só por despreparo, irresponsabilidade e inconsequência. Isso é processo planejado, que vem sendo adotado e tentado de forma sistemática. É também um processo covarde, pois as consequências são sempre creditadas a outras pessoas e instituições. Ocorre que a responsabilidade pessoal e funcional está muito bem definida e o responsável maior deve arcar com as consequências”, observou o general.

Para Santos Cruz, “é covardia transferir essa conta ao Exército”. “E é totalmente inaceitável a tentativa permanente de arrastar o Exército para o erro histórico de assumir um protagonismo político em apoio a uma aventura pessoal perseguida de forma paranoica. O Exército não é e não pode ser uma ferramenta de uso pessoal, partidário ou de intimidação política. A missão do Exército não é auxiliar uns e outros em disputas eleitorais e em jogo de poder, dividindo os brasileiros. O Exército tem uma missão constitucional definida”, salientou o militar.

O general reafirmou que “o Brasil precisa de paz, de união nacional, de governo que trabalhe e promova o desenvolvimento socioeconômico com boa administração”. “O Brasil precisa de políticas públicas sensatas, de combate à corrupção, eliminação de privilégios e redução da desigualdade. Precisa de vacina e emprego. É preciso que o voto da maioria sirva para governar para o bem de todos e não para interesses pessoais, familiares ou de grupos”, defendeu.

“O Brasil não merece uma polarização entre quem já teve oportunidade de governar e se perdeu em demagogia e escândalos de corrupção e quem mostra diariamente que tem como objetivo um projeto de poder semelhante, apenas com sinal trocado”, disse Santos Cruz.

Para o general, “o País não pode ficar entre dois polos que se alimentam e se comportam como cabos eleitorais um do outro”. “O Brasil não merece mais erosão em suas instituições. Ao contrário, nossas instituições precisam de melhorias e aperfeiçoamentos. A democracia depende do aperfeiçoamento institucional constante. O Exército Brasileiro, assim como as outras instituições que compõem a Nação, não pode continuar a ser covardemente prejudicado por causa de um projeto de poder pessoal e populista”, completou o ex-ministro.

Foto: Facebook/Santos Cruz

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