Por Metrópoles
Coordenador da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o presidente da República não terá como controlar uma eventual reação violenta de apoiadores que contestem o resultado das urnas.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Flávio negou que o pai planeje estimular um levante: “Algo incentivado pelo presidente Bolsonaro, a chance é zero”.
Presidente, governador e senador: veja quem são os pré-candidatos nas Eleições 2022
Ele resgatou a invasão ao Capitólio, por apoiadores de Donald Trump, em janeiro de 2021, e considerou que Trump não estimulou os atos. Investigações recentes, porém, apontam envolvimento maior do ex-presidente.
“Como a gente tem controle sobre isso? No meu ponto de vista, o (Donald) Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá (invadir o Capitólio). As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram”, afirmou.
Flávio insiste que as ações não vieram de Trump. “Não teve um comando do presidente, e isso jamais vai acontecer por parte do presidente Bolsonaro. Ele se desgasta. Por isso, desde agora, ele insiste para que as eleições ocorram sem o manto da desconfiança”, apontou.
Militares nas eleições
O primogênito dos filhos de Bolsonaro defendeu a atuação das Forças Armadas no pleito e disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve garantir eleições limpas e transparentes.
“Por que não atende às sugestões feitas pelo Exército se eles apontaram que existem vulnerabilidades e deram soluções? A bola está com o TSE”, afirmou.
Flávio evitou falar se o pai reconhecerá o resultado se for derrotado, se limitando a dizer: “Quem quer dar golpe na democracia, Bolsonaro ou quem está resistindo a atender a sugestões técnicas?”.
Sobre avaliação do governo, Flávio disse que o presidente erra tentando acertar.
“Nenhum governo é perfeito. Ninguém nasce sabendo ser presidente. Mas o saldo é imensamente positivo. Até quando o presidente Bolsonaro erra, erra tentando acertar. Para mim, o maior equívoco foi não dar mais atenção para a publicidade das coisas que beneficiam as pessoas.”
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles