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Forças Armadas condenam restrições de direitos por parte de “agentes públicos” e “manifestações” Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica se reuniram para discutir ambiente político no Brasil

11 de novembro de 2022, 10h36 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Itatiaia

As Forças Armadas divulgaram uma nota conjunta, nesta sexta-feira (11), depois de uma reunião de emergência realizada na quinta (10) para discutir o ambiente político no Brasil, após a divulgação do relatório sobre a fiscalização das urnas eletrônicas. O documento foi publicado na quarta-feira (9) e revelou que não houve fraudes nos equipamentos fiscalizados. Com a repercussão do relatório, o Ministério da Defesa publicou uma nota dizendo que o relatório das Forças Armadas “não exclui a possibilidade de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas”. Na sequência, nesta quinta-feira (10) à tarde, os militares se reuniram e permaneceram em silencio até a divulgação da nota, nesta manhã.

No documento, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica falaram sobre o papel e a harmonia entre poderes no Brasil, sobre o poder moderador das Forças Armadas e sobre as manifestações, várias delas na porta de quarteis, contestando o resultado das urnas e pedindo “intervenção militar”.

São condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade.

Repercussões

Uma fonte, ligada ao Palácio do Planalto, disse à Itatiaia, que os militares “querem impor limites ao ministro do STF e pacificar e equilibrar a relação entre os poderes”.

Militantes apoiadores de Jair Bolsonaro, que contestam o resultado das eleições em manifestações, avaliam que o presidente tem o mesmo entendimento e Forças Armadas são aliadas.

Leia a nota na íntegra

FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Asas que protegem o país

Às Instituições e ao Povo Brasileiro

Acerca das manifestações populares que vêm ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história.

A Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional.

Nesse aspecto, ao regulamentar disposições do texto constitucional, por meio da Lei nº 14.197, de 1º de setembro de 2021, o Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: “Não constitui crime […] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais”.

Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade.

A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, instituídas pelo Povo, o exercício do poder que “Dele” emana, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação.

Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade.

A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social. As Forças Armadas permanecem vigilantes, atentas e focadas em seu papel constitucional na garantia de nossa Soberania, da Ordem e do Progresso, sempre em defesa de nosso Povo.

Assim, temos primado pela Legalidade, Legitimidade e Estabilidade, transmitindo a nossos subordinados serenidade, confiança na cadeia de comando, coesão e patriotismo. O foco continuará a ser mantido no incansável cumprimento das nobres missões de Soldados Brasileiros, tendo como pilares de nossas convicções a Fé no Brasil e em seu pacífico e admirável Povo.

Brasília/DF, 11 de novembro de 2022.

Almirante de Esquadra ALMIR GARNIER SANTOS

Comandante da Marinha

General de Exército MARCO ANTÔNIO FREIRE GOMES

Comandante do Exército

Tenente-Brigadeiro do Ar CARLOS DE ALMEIDA BAPTISTA JUNIOR

Comandante da Aeronáutica

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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