Por O Tempo
Os servidores da Segurança Pública rejeitaram por unanimidade, nesta segunda-feira (21), a proposta de recomposição de perdas inflacionárias de 10,06% do governador Romeu Zema (Novo) – Projeto de Lei 3.568/2022. A decisão foi tomada em assembleia simbólica realizada durante o ato da categoria na Cidade Administrativa.
Ao menos as lideranças sindicais e parlamentares das forças de Segurança Pública já haviam tornado pública a rejeição à proposta de Zema, anunciada ainda em 24 de fevereiro. “Hoje é um dia diferente. É um dia de demonstrar para o governo que nós não aceitamos as migalhas de 10,06% e não aceitamos os abonos”, ressalta o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB), em referência ainda ao abono-fardamento, cuja proposta de Zema é acrescentar outras três parcelas anuais.
A categoria reivindica o cumprimento do acordo firmado entre a Segurança Pública e o governo de Minas em 2019. Apesar de ter concedido a primeira parcela prevista, de 13%, Zema vetou as demais, ambas de 12%, o que corresponderia a 25,44%, de acordo com Rodrigues. Além disso, os servidores também criticam a proposta de acréscimo do abono-fardamento, o que, conforme defendem, acabaria com a integralidade e a paridade das carreiras da Segurança.
A rejeição à proposta acontece em ato no mesmo dia em que o projeto de lei está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião acontecerá às 18h. O relator Sávio Souza Cruz (MDB) já apresentará um parecer ao colegiado. A Casa tem até 2 de abril para aprovar o projeto de lei, já que o governo, conforme a Lei Geral das Eleições, pode conceder reajueste aos servidores apenas até o prazo de 180 dias da eleição.
Rodrigues ainda orientou a deflagração de protestos, a partir desta terça-feira (22) até o dia 31 de março, em cidades onde há batalhões de Polícia Militar, delegacias regionais de Polícia Civil e unidades prisionais. “O companheiro que estiver nas cidades sede de batalhão, de delegacia regional e de unidade prisional organiza uma manifestação com as faixas na porta da unidade por pelo menos duas horas, das 9h às 11h – horário que é uma sugestão -, do dia 22 ao dia 31. (…) Se os combatentes da ativa tiverem com medo, pegam os veteranos e vai para a porta. Mas tem que ser feito para que o governador, os comandantes e os chefes sabem que não aceitamos e vamos lutar até o último minuto”, concluiu o deputado.
Foto: Videopress produtora