Por Terra
Na live de quinta-feira (9), Jair Bolsonaro comentou a aprovação no Senado do projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores até 2023. O presidente vai sancionar o texto.
“Uma quantidade grande de setores da indústria, como por exemplo, calçados, call center, comunicação. Comunicação! Entra a Globo aqui também. Todas as (emissoras), entra a Globo também aqui. Olha eu dando colher de chá pra vocês (da Globo) aí”, disse, irônico.
Com a desoneração, as empresas podem substituir a contribuição à Previdência de 20% sobre os salários dos funcionários por uma alíquota em relação à receita bruta. Na prática, vão recolher menos ao governo. Uma economia de milhões de reais a grandes companhias como o Grupo Globo, que tem cerca de 12 mil empregados.
Minutos antes, na transmissão ao vivo, o presidente havia feito outro comentário a respeito da emissora com a qual trava uma guerra ideológica desde antes de ser eleito.
“Recebi convite para 18 de fevereiro, Festa da Uva, lá em Caxias do Sul. Vale lembrar que em Caxias do Sul, com a presença do presidente Médici, idolatrado pela TV Globo, foi a primeira transmissão de sinal de TV colorido no Brasil, em 1972. Presidente Emílio Garrastazu Médici. Parabéns Globo por elogiar o presidente Médici. Naquela época, né? Hoje em dia tudo mudou na Globo”, disse, provocativo. “Naquela época a Globo fez justiça a um dos melhores presidentes que o Brasil já teve.”
No final da live, Bolsonaro mostrou uma folha de papel com o número do canal da TV Jovem Pan News. “Nada de Globo News, CNN (Brasil), é Jovem Pan News. Vamos dar valor a uma imprensa que é isenta, séria e faz um jornalismo que você quer. E é papel da imprensa não dar opinião. A imprensa simplesmente mostra a notícia e você decide em casa, ok?”
Diferentemente do que afirma o presidente, o noticiário da Jovem Pan News – assim como o de demais emissoras de notícias – se baseia em análises e opiniões emitidas por âncoras e comentaristas. O canal lançado em outubro é explicitamente simpático a Bolsonaro, propagador do pensamento de direita e crítico à esquerda.
Foto: Fotomontagem: Blog Sala de TV