O Governo de Minas realizou, nesta sexta-feira (21/4), a cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, a mais importante honraria concedida pelo Estado a personalidades e instituições com contribuição marcante para o desenvolvimento de Minas Gerais e do país.
O governador Romeu Zema entregou as condecorações no centro de convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na cidade histórica da região Central de Minas. Nesta data, a capital estado é transferida simbolicamente para Ouro Preto, como parte das tradições.
A solenidade teve dois momentos distintos. O primeiro, na Praça Tiradentes, foi marcado pelas honras militares. Reverenciando a memória de Tiradentes, Zema e o ex-presidente, Michel Temer, homenageado de 2023 com o Grande Colar, depositaram uma coroa de flores junto ao monumento à Tiradentes.
Em seguida, o Batalhão de Polícia de Guardas (BPGd) realizou a salva de 21 tiros de festim, outro importante momento da tradição.
O governador ainda recebeu, na Praça Tiradentes, o fogo simbólico, que foi aceso inicialmente na Academia de Polícia Militar (APM), em Belo Horizonte. A chama representa o objetivo de manter vivos os ideais construídos a partir da Inconfidência Mineira.
Condecorações
O segundo momento foi marcado pelas condecorações no centro de convenções da Ufop. Além do Grande Colar, foram entregues 170 condecorações: 40 Grandes Medalhas, 58 Medalhas de Honra e 72 Medalhas da Inconfidência.
Durante o seu discurso, Zema afirmou que a cada vez que retorna a Ouro Preto para deixar a coroa de flores no busto de Tiradentes e entregar a Medalha da Inconfidência, ele aprofunda o senso de dever e de responsabilidade de ser um defensor da liberdade.
“Por diversas vezes, coube aos mineiros fazer a construção da defesa da estabilidade do Brasil. Na década de 1950, foi Juscelino Kubitscheck, idealizador desta cerimônia e da medalha que entregamos hoje, quem retirou o país de um caos institucional e o levou à pacificação e desenvolvimento, prolongando a continuidade democrática no Brasil. Décadas mais tarde, em 1985, Tancredo Neves, e sua reconhecida capacidade de diálogo e convencimento, trouxe o Brasil à redemocratização”, pontuou. Zema também mencionou a contribuição de Itamar Franco para, no início da década de 1990, enfrentar as ameaças de instabilidade e conduzir com serenidade o Brasil em uma transição para retomada de crescimento como nação.
Justiça e merecimento
Na sequência, o governador lembrou que, nos anos de 2015 e 2016, o Brasil passava pela maior crise econômica de sua história, por mais uma de suas profundas crises políticas que abalou de forma significativa o mercado de trabalho, renda e emprego, afetando diretamente a qualidade de vida dos brasileiros.
“O ex-presidente Michel Temer que, hoje, por justiça e merecimento, recebe o Grande Colar da Inconfidência, a maior honraria do Estado, foi o responsável por iniciar o processo de condução do Brasil de volta à normalidade. O responsável por espantar mais uma vez o fantasma da ruptura institucional”, lembrou.
De acordo com Zema, assim como o ex-presidente, ele também sentiu na pele o que é iniciar uma gestão em meio a uma grande crise fiscal, sob um forte olhar de desconfiança e com uma necessidade urgente de correção de rumos.
“Costumo dizer sempre que a minha única motivação para estar na política é para fazer o certo. Não me interessam projetos de poder. Meu objetivo será sempre tomar a medidas corretas, mesmo que não haja impacto imediato. Porque o compromisso de um gestor não pode ser só com o agora, ele precisa sempre garantir uma melhor perspectiva futura”, explicou.
Reconhecimento
O governador aproveitou para agradecer a outro homenageado, o senador Sergio Moro, que, segundo Zema, foi fundamental para escancarar, durante a condução do processo judicial da Operação Lava-Jato, os desmandos com os recursos públicos que eram realizados por meio das estatais.
“Se hoje é preciso, para ocupar o cargo de presidente da Petrobras, comprovação de experiência e capacidade em gestão e no setor de atuação da empresa, devemos esse avanço ao presidente Temer e ao senador Moro”, pontuou.
Responsabilidade
Zema recordou ainda que as ações tomadas nos últimos quatro anos, para corrigir os rumos que levavam Minas Gerais ao abismo, também seguiram os critérios de responsabilidade fiscal para o bom uso dos recursos públicos, de valorização das decisões técnicas e do combate à corrupção.
“Fizemos um forte ajuste fiscal, com corte de gastos e de mordomias. Saímos de um déficit de R$ 11 bilhões em 2018 para um superávit de R$ 2 bilhões no ano passado. Garantimos quadros técnicos em nossos cargos estratégicos. Temos um médico e ex-diretor de hospital chefiando a Secretaria de Saúde. À frente da nossa Secretaria de Educação, está um professor e ex-diretor de escola pública. Por meio de acordos de leniência firmados com empresas que praticaram atos de corrupção com desvio de recurso público, recuperamos aos cofres estaduais mais de R$ 400 milhões”, ressaltou.
O governador afirmou, por fim, que Minas está pronta para dar novos passos rumo a grandes avanços para o futuro.
“Mas também estamos atentos para que as conquistas já alcançadas não sofram retrocessos. Estamos vigilantes e atuaremos com diálogo, porém firmes na defesa do progresso econômico e democrático do Brasil”, concluiu.