O governador Romeu Zema (Novo) comunicou pelas redes sociais na noite desta desta quinta (11), a demissão do secretário de estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral. O Chefe do Poder Executivo ficou em situação delicada após denúncia que tanto o secretário, quanto servidores da pasta (que não eram de grupos prioritários), receberam a primeira dose da vacina contra Covid-19. O caso acabou gerando no legislativo a sinalização de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para investigar a imunização de 806 servidores da pasta contra a doença que já atingiu em Minas Gerais a triste marca de 20 mil mortos segundo a própria SES. Zema e Amaral ficaram pressionados.
Comunico o afastamento do Dr. Carlos Eduardo da Secretaria Estadual de Saúde. Agradeço o trabalho que realizou à frente da secretaria, em especial no combate à pandemia e na gestão para a futura retomada das obras dos Hospitais Regionais no Estado.
— Romeu Zema (@RomeuZema) March 12, 2021
“Comunico o afastamento do Dr. Carlos Eduardo da Secretaria Estadual de Saúde. Agradeço o trabalho que realizou à frente da secretaria, em especial no combate à pandemia e na gestão para a futura retomada das obras dos Hospitais Regionais no Estado”, escreveu o governador em suas redes sociais.
“Minas Gerais tem um dos melhores resultados no enfrentamento ao coronavírus graças à responsabilidade da gestão. Seguiremos atuando com eficiência e transparência para que a vacina chegue logo a todos o mineiros”, completou Zema.
Entenda o caso
Na manhã de hoje, Romeu Zema , teve uma reunião a portas fechadas com o agora ex-secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral e até então havia decidido manter o médico de Juiz de Fora no cargo de confiança. A própria assessoria de comunicação da SES confirmou isso. Mas a situação foi se desidratando.
Com caso á tona, Deputados estaduais se organizado para instalar uma CPI na ALMG com o objetivo de investigar os servidores da Secretaria de Saúde que receberam antecipadamente a vacina contra o coronavírus. Dos 77 deputados estaduais, 39 assinaram o requerimento, que foi aceito pelo presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), logo em seguida.
Na última terça-feira (09), após veiculação na imprensa, informação dava conta que, além do secretário de Saúde, havia imunização de cerca de 500 servidores da SES que estão fora dos grupos prioritários. Como o blog adiantou, havia uma forte pressão pela saída de Amaral o que acabou se confirmando agora.
No dia (9), a SES-MG confirmou que o secretário havia sido imunizado contra a Covid-19. O caso e outras denúncias acabaram parar no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Além do responsável pela pasta, assessores de imprensa, funcionários de almoxarifado e outros servidores também teriam sido vacinados.
Insatisfação
A insatisfação do governo com o secretário estava se acentuando, segundo apuração do blog, Amaral foi orientado a deixar o cargo por alguns integrantes do Poder Executivo. Após a reunião na Cidade Administrativa, ele saiu sem falar com a imprensa.
Recorde de mortes
A troca de secretários acontece no dia em que Minas Gerais bateu o recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas e registrou 263 novos óbitos.
Com isso, o estado atingiu o número total de 20.087 óbitos pela doença. Desde o início da pandemia, 946.556 pessoas se infectaram em Minas Gerais, das quais 861.434 estão recuperadas. Outros 65.035 pacientes permanecem em acompanhamento.
A taxa de ocupação de leitos também está em alta no estado. Nesta quinta-feira, 80,8% dos leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 estão ocupados. A proporção total de leitos de terapia intensiva ocupados é de 80,92%.
Até o momento não foi revelado quem irá substituir Amaral, mas o blog segue em apuração.
Foto: (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)