Home Saúde Governo altera plano nacional de imunização e inclui caminhoneiros em grupo prioritário para vacinação

Governo altera plano nacional de imunização e inclui caminhoneiros em grupo prioritário para vacinação Atualização ocorre em meio a ameaça de paralisação da categoria.

28 de janeiro de 2021, 14h28 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

O governo Bolsonaro incluiu a categoria de caminhoneiros na lista do grupo de prioridades para o recebimento das vacinas contra Covid-19 no país, conforme atualização do plano nacional de imunização enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Os caminhoneiros vem anunciando uma eventual greve nas próximas semanas.

No documento encaminhado pela AGU (Advocacia-Geral da União) ao Supremo na semana passada, o Ministério da Saúde contabiliza 1,24 milhão de caminhoneiros como potenciais alvos do plano de vacinação, elevando o total de pessoas do grupo prioritário para 77,2 milhões.

O Brasil, no entanto, só dispõe até o momento de 12,8 milhões de doses das vacinas CoronaVac e AstraZeneca, ambas que precisam ser aplicadas em duas doses.

De acordo com as estimativas da Fiocruz e do Instituto Butantan, o Brasil deverá ter, em fevereiro, mais 15 milhões de doses das vacinas aprovadas pela Anvisa contra a Covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na segunda-feira em uma rede social que 5.400 litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da CoronaVac chegarão ao Brasil nos próximos dias. Com este material, o Butantan consegue fabricar 5 milhões de doses em 20 dias.

A vacinação no país começou esta semana, com prioridade para trabalhadores da área de saúde e povos indígenas, entre outros.

A decisão do ministério de incluir os caminhoneiros foi anunciada em meio a convocações esparsas de greve da categoria, apesar do momento de alta na demanda por fretes gerada pelo transporte da safra agrícola do país.

A convocação está sendo em grande parte defendida pela entidade CNTRC (Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas), criada no ano passado. A organização cobra entre outras pautas a implantação da tabela nacional de fretes, aposentadoria especial de caminhoneiros autônomos e revisão da legislação “BR do Mar”, que incentiva o transporte de cabotagem no país.

A categoria comemorou a inclusão no grupo prioritário.

Em nota publicada no site, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) disse que a medida foi alcançada após “intensa articulação” junto ao ministério.

“Por serem considerados essenciais para o desenvolvimento do Brasil, o Ministério da Saúde atendeu a reinvindicação da CNT.

Esse é um reconhecimento da importância do trabalho que vem sendo desempenhado pelo setor, essencial para a manutenção das atividades de todo o país”, afirmou o presidente da CNT, Vander Costa. A confederação informou ainda que aguarda agora a definição do cronograma de vacinação desse público pela pasta.

Disponibilidade

Em nota, o Ministério da Saúde esclareceu que os trabalhadores de transporte estão incluídos no grupo prioritário, “que é dividido em fases”. Disse ainda que a primeira fase da vacinação conta com doses aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que foram disponibilizadas para distribuição pelos laboratórios. A pasta disse ainda que o escalonamento desses grupos populacionais para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina, após liberação pela Anvisa.

“Atualmente, o Brasil tem mais de 354 milhões de doses de vacinas garantidas, para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (254 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses)”, contabilizou. Nos últimos dias, o governo tem anunciado medidas para a categoria, e anunciou a redução do imposto de importação de pneus de caminhões.

Na quinta passada, durante transmissão por meio das redes sociais, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que o governo está trabalhando na revisão de normas de pesagem de transporte feita por caminhoneiros a fim de reduzir os custos desse tipo de operação no país.

“Estamos revisando a norma de pesagem para onerar menos o caminhoneiro, ter menos multa em função disso, ser mais fácil. Estamos acabando com o peso por eixo em veículos de até 50 toneladas, aumentando a tolerância nos veículos que vão carregar mais”, disse.

“Em breve, essa norma vai estar publicada e a gente está trabalhando muito na simplificação do transporte”, reforçou ele, em transmissão pelas redes sociais ao lado do presidente.

Com: Reuters
Foto: Divulgação/CNT

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