Uma pesquisa do DataPoder360 mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem 40% de aprovação e 47% de desaprovação. Os números se mantiveram estáveis, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais.
Há 15 dias, segundo o último levantamento, 41% aprovavam a administração federal e 49% desaprovavam. De lá para cá, Bolsonaro evitou proferir ataques a adversários e fazer declarações controversas a jornalistas na porta do Palácio da Alvorada. A última vez que o presidente falou no “cercadinho” de proteção da portaria da residência oficial da Presidência foi em 9 de junho.
O novo estudo do DataPoder360 começou a ser realizado na 2ª feira (6.jul.2020), dia em que o presidente revelou ter sintomas da covid-19 –doença causada pelo novo coronavírus– e que iria fazer o exame. A divisão de estudos estatísticos do Poder360 seguiu com as entrevistas até 4ª feira (8.jul.2020).
Na 3ª feira (7.jul.2020), o presidente confirmou que seu teste deu positivo e afirmou estar tomando hidroxicloroquina para tratar a doença. Ou seja, o levantamento já captou o possível efeito da revelação sobre a enfermidade.
A pesquisa também indica que o episódio da nomeação de Carlos Alberto Decotelli para a pasta da Educação não teve impacto sobre o governo nos últimos 15 dias. Nomeado em 25 de junho, o ex-presidente do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação) ficou 5 dias no cargo depois ter seu currículo alvo de controvérsias.
Chama a atenção no quadro acima e nos outros da pesquisa DataPoder360 (abaixo aqui neste post) uma leve tendência de redução da rejeição ao presidente –ainda a ser mais bem confirmada em outros levantamentos.
Há 30 dias, a desaprovação ao governo era de 50%. Agora, está em 47%. Ao mesmo tempo, a taxa dos que dizem não saber se aprovam ou desaprovam foi de 10% a 13%. Quando começa a se formar uma mudança de tendência, é natural que parte dos eleitores passe 1 período de “pit stop” dentro do grupo mais indeciso.
Nos últimos 30 dias, Bolsonaro fez 1 esforço para criar menos atritos com a mídia, adversários e integrantes dos outros Poderes da República. Houve uma redução na temperatura política. Agora, é necessário aguardar outros estudos de opinião para saber se as curvas seguem a trajetória que parece estar se formando neste momento.
A confirmação ou não virá pelo DataPoder360, que é a única empresa de pesquisas no Brasil que tem feito desde abril 1 levantamento a cada 15 dias, com abrangência nacional. Os resultados permitem acompanhar de maneira minuciosa como os brasileiros têm reagido à pandemia de coronavírus e qual tem sido o impacto sobre a aprovação do governo.
RENDA E APROVAÇÃO
Quando se leva em conta o rendimento dos entrevistados, a taxa de aprovação mais alta é no grupo dos desempregados e sem renda fixa (49%) –justamente quem recebe o auxílio emergencial. Há 15 dias, a aprovação dentro desse grupo era de 44%. A alta de 4 pontos percentuais veio depois da prorrogação do benefício por mais 2 meses.
A desaprovação é maior entre os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (69%).
O gráfico a seguir mostra o desempenho do governo federal estratificado por gênero, idade, região, escolaridade e renda.
A pesquisa foi realizada de 6 a 8 de julho de 2020 pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 512 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Conheça mais sobre a metodologia lendo este texto.
TRABALHO DE BOLSONARO
O DataPoder360 também perguntou o que os entrevistados acham do trabalho de Bolsonaro como presidente: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. A avaliação positiva do desempenho pessoal de Bolsonaro é a mesma de 15 dias atrás: 29%.
Também permaneceu em 20% o percentual de pessoas que consideram a atuação de Bolsonaro regular.
A rejeição do presidente se manteve alta. Em 15 dias, o percentual daqueles que consideram o governo como “ruim” ou “péssimo” passou de 48% para 46%, com variação dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.
• Quem mais rejeita e aprova?
• avaliam positivamente: homens (34%), moradores da região Norte (40%), e desempregados e sem renda fixa (34%);
• avaliam negativamente: mulheres (48%), nordestinos (50%), pessoas com ensino superior (58%) e os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (58%).
Leia a estratificação completa no infográfico abaixo:
ESTRATIFICAÇÃO POR RENDA
O quadro a seguir mostra como cada classe socioeconômica avalia o presidente ao longo do tempo. Os que melhor avaliam o desempenho de Bolsonaro (assim como de seu governo) estão entre os mais pobres (ou seja, os desempregados e sem renda fixa). Houve alta de 3 pontos percentuais nesse grupo em 15 dias, também depois da prorrogação do auxílio emergencial.
OS 20% QUE ACHAM REGULAR
O DataPoder360 ainda mostra como se posicionam os que acham o trabalho de Bolsonaro regular (20%). O cruzamento dos dados indica que nesse grupo 42% aprovam o governo e 28% desaprovam.
Há 1 mês, entre os que consideram o desempenho do presidente regular, a aprovação era de 59%.
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Fonte/Créditos: Poder360
Foto: Sérgio Lima/Poder360