Home Brasil Governo diz que não pagou ida de Carlos Bolsonaro à Rússia, mas não indica quem custeou viagem

Governo diz que não pagou ida de Carlos Bolsonaro à Rússia, mas não indica quem custeou viagem Documento enviado ao STF diz que vereador, filho de Jair Bolsonaro, não recebeu diárias nem teve gastos registrados pela União. Planalto defende que não há ato a ser investigado.

14 de março de 2022, 17h12 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por G1

A Presidência da República afirmou nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) não gerou custos para o governo federal ao participar da comitiva presidencial que viajou para a Rússia em fevereiro.

O governo disse ainda que não há nenhum ato do presidente Jair Bolsonaro relacionado à viagem que deva ser investigado, sendo que “todas as manifestações e atitudes do presidente da República se pautaram em critérios éticos e legais regulares”.

Nos documentos, o governo federal não esclarece como foram pagas as despesas de transporte, hospedagem e consumo de Carlos Bolsonaro enquanto ele integrava a comitiva presidencial. O material também não informa a agenda de compromissos de Carlos, que havia sido pedida pelo Supremo.

Os ofícios enviados ao STF apontam que nem o Ministério das Relações Exteriores, nem a Secretaria Especial de Administração da Presidência da República identificaram qualquer pagamento federal de despesas ligadas a Carlos Bolsonaro.

As informações foram enviadas por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que analisa pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar a presença do vereador, filho de Jair Bolsonaro, e do assessor Tercio Arnaud na comitiva que esteve na Rússia entre os dias 14 e 16 de fevereiro.

O pedido de apuração foi feito no inquérito já aberto para investigar a atuação de uma milícia digital voltada a ataques ao sistema democrático brasileiro. A Polícia Federal já afirmou ao Supremo que faz parte dessa milícia um grupo de assessores da Presidência e aliados do presidente Jair Bolsonaro, apelidado de “gabinete do ódio”.

Governo nega irregularidades

Em um dos documentos ao STF, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirma que o Ministério das Relações Exteriores “não pagou qualquer valor a título de diárias ao vereador Carlos Nantes Bolsonaro por conta da referida visita oficial e tampouco há registros de despesas neste Ministério relacionadas a sua participação na comitiva oficial do senhor presidente da República”.

A secretaria diz ainda que “inexiste a ocorrência de ato ilícito administrativo na organização da Comitiva Presidencial”. O parecer sustenta que não há o que se investigar no caso – que o pedido de apuração do senador é político e não tem base jurídica, sem apresentar indícios de crimes.

“Devemos sustentar o óbvio e dizer que a justa causa deve ser apurada a partir de uma relação Penal. Por isso, entende-se que jamais se poderá fundamentar investigações de natureza política ou cível no corpo de um inquérito acusatório, pois, tais instâncias têm campos especiais de apuração garantidos pela Constituição”, diz o documento.

O governo defende que tanto a agenda oficial quanto a escalação da comitiva presidencial – que acompanha o presidente da República nos atos de representação internacional – são atos se revestem de característica política.

Câmara Municipal também não custeou

Na última semana, a Câmara Municipal do Rio também negou que tenha custeado a viagem de Carlos Bolsonaro à Rússia – e enviou ao Supremo um ofício em que o próprio vereador informa a viagem e nega a existência de ônus para a Casa Legislativa.

Carlos Bolsonaro ainda pediu anuência das Comissões de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática e Turismo para representar os colegiados na viagem. O material não diz se essa representação foi formalizada.

A secretária-geral da Câmara ressalta que a viagem foi comunicada previamente e que o regimento da Câmara não exige prévia autorização para realização de viagens internacionais que não configurem missão oficial ou gastos.

O documento ainda informou que o vereador registrou presença e votou remotamente em todas as sessões realizadas por nos dias 15,16 e 17 do mês passado.

Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

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