O assunto de maior repercussão nesta terça-feira (22/8) pelos corredores na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada à Casa ontem (21/8) pelo governo do Estado. Entretanto, o foco das conversas não se deu em torno do eventual fim do referendo popular ou mesmo sobre as privatizações em si – o assunto principal é a proposta de redução no número de votos necessários para aprovação de projetos relacionados a privatização de estatais.
Nos bastidores, o entendimento na Casa é que, ao propor o fim do atual critério de votação qualificada, de três quintos dos parlamentares para aprovação por maioria simples, o governo confirma, categoricamente, que não possui base suficiente na ALMG para tocar seus projetos.
Em julho deste ano, o Executivo já havia experimentado contratempo neste sentido, ao conseguir derrubar emenda que autorizava aumento salarial para segurança pública pelo apertadíssimo placar de 34 votos contra 31.
Ao contrário do que o governo costuma alardear, de que possui base sólida na ALMG e que aprimorou suas articulações com os deputados, a PEC é vista como um atestado de que o Executivo tem pleno conhecimento de que isso não procede.
O clima hoje na ALMG é de contrariedade já que, afora discussões futuras relacionadas à privatização de estatais, essa tentativa de barrar a votação qualificada é vista, também, como uma interferência sobre a autonomia dos deputados.
Foto: Agência Brasil