O governo dos Estados Unidos refutou informações divulgadas por Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, sobre a suposta visita de um enviado norte-americano ao Brasil com o objetivo de tratar de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo afirmou Eduardo Bolsonaro, o funcionário norte-americano David Gamble, ligado à coordenação de sanções do Departamento de Estado dos EUA, teria a missão de debater medidas contra o ministro do STF e outras autoridades brasileiras. A viagem, no entanto, teria objetivos distintos dos alegados.
De acordo com autoridades norte-americanas, a presença de Gamble no Brasil já estava prevista há meses e tem como foco a cooperação entre os dois países no enfrentamento ao crime transnacional. A agenda inclui parcerias para o combate ao tráfico, à lavagem de dinheiro e à atuação de organizações criminosas com ramificações internacionais.
Essa cooperação tem avançado nos últimos anos e resultou recentemente em ações conjuntas que miraram redes criminosas com operações em solo americano e ligações com facções brasileiras.
Desde que se afastou do cargo parlamentar e passou a residir nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro tem intensificado críticas ao Supremo Tribunal Federal e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes. Em declarações públicas, mencionou iniciativas voltadas à exposição de ministros da Corte, incluindo a tentativa de rastrear eventuais ativos no exterior.
A discrepância entre o que foi dito pelo deputado e a posição oficial do governo dos EUA causou incômodo em setores diplomáticos e suscitou reações entre autoridades brasileiras, que buscaram esclarecimentos sobre os reais propósitos da visita.
A controvérsia expõe mais uma vez a sensibilidade das relações entre os dois países e o impacto de declarações políticas feitas fora do ambiente institucional. As tratativas diplomáticas continuam, com esforços para preservar o diálogo técnico entre os governos, independentemente das tensões geradas por manifestações individuais.
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