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Governo não flexibilizará eventos durante pandemia Representantes das áreas de evento e turismo defendem ações culturais mais restritas e direcionadas e pedem soluções.

7 de junho de 2021, 17h20 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por ALMG

“Infelizmente precisamos ter cuidado, porque a Covid-19 está avançando no Estado mais uma vez e não podemos nos precipitar para não nos arrependermos depois. Os hospitais estão sobrecarregados e os casos estão aumentando muito. Entendemos a dor de vocês, mas a situação é a mesma no mundo todo e o plano Minas Consciente busca salvar vidas”.

Dessa forma, o subsecretário da Subsecretaria de Desenvolvimento Regional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Douglas Augusto Oliveira Cabido, justificou a não flexibilização das atividades das áreas turísticas e culturais no Estado em reunião da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O debate aconteceu nesta segunda-feira (7/6/21), com representantes do setor e do governo.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Segundo ele, a única possibilidade de uma abertura maior será com a aceleração da vacinação no Estado no segundo semestre.

“O Secretário de Saúde diz que a doença de 2021 é diferente da de 2020 e isso é verdade. Infelizmente tivemos uma abertura grande no começo do ano e isso levou muitas pessoas a pensarem que a Covid-19 havia acabado. O resultado vemos agora no avanço das internações. Quando as coisas voltarem, vamos recuperar o tempo perdido. É o que mais desejamos”, reforçou.

Presidente da comissão e um dos autores do requerimento para a realização da audiência pública, o deputado Thiago Cota (MDB) disse que a intenção não é promover aglomerações, mas que o setor precisa de alternativas para funcionar. “Doze por cento dos empregos em Minas vem do turismo, são R$ 312 bilhões de prejuízo, segundo a Fecomércio. Precisamos pensar em formas seguras de fazer isso, dentro dos protocolos da OMS e da secretaria estadual de Saúde”, explicou.

Setor defende eventos mais restritos e direcionados a certos públicos

Diretor da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Leonardo Ziller Lisboa ressaltou que o setor de eventos e de turismo foi o mais afetado pela pandemia, pois estão todos sem trabalhar. E afirmou que outros estabelecimentos também não deveriam ter retomado seu funcionamento.

“Por que o shopping pode funcionar, mas uma feira no Expominas não? Existe claro preconceito contra nosso setor. A economia está toda funcionando. O Shopping Popular e o Mercado Central são eventos gastronômicos diários ocorrendo. E sabemos que inúmeros eventos sem protocolos estão acontecendo clandestinamente. Por que não fazer eventos para vacinados? Se idosos já estão imunizados, porque não fazer eventos para eles?”, questionou.

Na mesma linha, o diretor da empresa de eventos João Wellington Promoções pontuou: “Não queremos fazer nada do tipo Minerão lotado, com 50 mil pessoas. Devíamos focar em eventos para os vacinados, com áreas de acesso mais restrito e com menos público para quem ainda não se vacinou, seguindo todos os protocolos. As pessoas acham que só empresários compõem o setor de eventos. Não veem os pipoqueiros, carregadores e pessoas que estão sem capital para continuarem com seus negócios”.

João Wellington Esteves ainda defendeu incentivos mais efetivos para o setor por parte do governo, como, por exemplo, no mínimo dois anos de isenção do pagamento da taxa de segurança pública.

Governo pensa em ações de amparo para a área

O secretário-adjunto da Secretaria de Estado Adjunta de Cultura e Turismo, Bernardo Silviano Brandão Vianna, disse que o governo tem trabalhado pelo setor, mas que oferecer ajuda de custo é impossível no momento, devido à situação fiscal do Estado. “Estamos priorizando as áreas que demandam mais, como a merenda escolar e o auxílio de R$ 600 aos mais necessitados. Além disso, o Fundo Estadual de Cultura deverá lançar mais editais em breve, que abarcam os setores de eventos e de turismo”, explicou.

Vianna relatou que é intenção do governo fazer campanha para incentivar o turismo no Estado como um todo assim que a pandemia arrefecer e o momento for mais favorável.

“Estamos desenvolvendo o Selo Evento Seguro, que certificará que casas de shows e de eventos possam ter um selo específico se comprovarem seguir o Minas Consciente e protocolos próprios de segurança contra a Covid-19. Além disso, auxiliaremos os municípios na reformatação de festas regionais, que possam ser mais adequadas à nova realidade. E temos o Projeto Itapemerim, nova malha aérea da empresa de ônibus, que aumentará a conectividade do Estado com todo o país. Não vamos deixar o setor desamparado”.

A vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais, Érica Campos Drumond, criticou o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, por não ter recursos direcionados para o setor e por ter taxa alta de juros nos empréstimos. “Precisamos de um envolvimento direto do Governo do Estado na questão. A Cemig, por exemplo, não fez nada para nos ajudar. As contas continuam chegando. Precisamos muito de recursos, para os pequenos, médios e grandes”, afirmou.

Preocupação – Também participaram da reunião os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Bernardo Mucida (PSB), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Professor Irineu (PSL) e Tadeu Martins Leite (MDB). Todos os parlamentares manifestaram preocupação com a situação do setor de eventos e de turismo.

“Cidades como Caxambu, Lambari e São Lourenço (Sul de Minas) precisam do turismo das Águas Minerais. O afastamento dos turistas prejudicou diretamente nossa região”, afirmou o deputado Dalmo Ribeiro Silva.

Já o deputado Tadeu Martins Leite disse acreditar ser possível construir protocolos de segurança para se retomar, aos poucos, a realização de eventos no Estado. “Vamos pensar saídas em grupo, sem colocar as pessoas em risco”, completou.

Foto: Clarissa Barçante

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