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Guedes se desculpa após atribuir servidores como “parasitas” “O erro é sistêmico e não é culpa das pessoas que cumprem os seus deveres profissionais como é o caso da enorme maioria dos servidores público”, disse Guedes nesta segunda-feira.

10 de fevereiro de 2020, 23h21 | Por Lena Alves

by Lena Alves

O ministro da Economia, Paulo Guedes , disse que se expressou mal e que sua declaração sobre o funcionalismo público foi tirada do contexto. A nota de Guedes divulgada nesta segunda-feira (10), com um pedido de desculpa é sobre a polêmica gerada na semana passada com a declaração do ministro que comparou  servidores públicos a parasitas. A fala dele foi durante uma palestra em que comentava a importância da reforma administrativa.

— O funcionalismo teve aumento 50% acima da inflação. Além disso, tem estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara (servidor) virou um parasita. O dinheiro não chega no povo e ele (servidor) quer reajuste automático — disse Guedes durante o evento.

Na retratação divulgada à imprensa, familiares e amigos hoje, Guedes reafirmou que sua fala  se referia a estados e municípios em casos extremos, quando toda a receita vai para salários, e não para saúde , educação e segurança .

“Eu me expressei muito mal, e peço desculpas não só a meus queridos familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem descuidadamente eu possa ter ofendido. Eu não falava de pessoas e sim do risco de termos um estado parasitário, aparelhado politicamente, financeiramente inviável”, escreveu o ministro, em mensagem enviada a jornalistas e amigos. “O erro é sistêmico e não é culpa das pessoas que cumprem os seus deveres profissionais como é o caso da enorme maioria dos servidores público”, acrescentou Guedes.

Reforma Administrativa

A polêmica acontece em momento em que o governo finaliza projeto de reforma administrativa em que irá propor mudanças nas regras de reajustes salariais e de promoções para novos servidores.

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) respondeu ao ministro afirmando que “tal pedido de desculpas não minimiza a conduta desrespeitosa dele.

Leia nota da Fenafisco

“Em meio a especulações de que o governo deve mudar a interlocução das negociações da reforma administrativa com o Congresso Nacional, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se desculpa com familiares, amigos e jornalistas, via WhastApp, depois de comparar servidores públicos a parasitas.

Para a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), tal pedido de desculpas não minimiza a conduta desrespeitosa do ministro em relação aos funcionários públicos, em especial os auditores fiscais, que cumprem um papel fundamental para um país mais justo, fiscalizando o pagamento de impostos, combatendo o crime e garantindo a arrecadação de recursos para políticas públicas como saúde e educação.

Pontos interpretados como privilégios pelo governo, como, por exemplo, estabilidade e reajuste salarial, são direitos dos servidores públicos. Com a fragilização destes direitos, aqueles que estão no governo podem utilizar os cargos públicos para empregar, sem qualquer critério técnico, profissionais que atendam a determinados interesses, aumentando o compadrio e o clientelismo.

Importante ressaltar que existem carreiras extremamente estratégicas e é preciso que estes postos sejam atrativos, para que se mantenha um alto nível de profissionais que trabalham para o Estado.

O ministro Paulo Guedes é irresponsável ao se utilizar do cargo e da visibilidade de sua imagem para tentar convencer os brasileiros de um discurso que banaliza os direitos dos servidores públicos. Diante disso e em defesa do serviço público de qualidade, é fundamental, neste momento, a união de todas as carreiras com vistas a impedir a anulação de direitos conquistados e os repetidos desrespeitos do governo com categorias que trabalham para a construção de um país mais igualitário a todos os brasileiros”.

Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital – Fenafisco

 

Com: o Globo

Foto: Agencia Reuters 

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