O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta quarta-feira (16) a Universidade de Harvard de ter “perdido o rumo” e de contratar “idiotas e radicais de esquerda” para seu corpo docente.
Essa crítica de Trump ocorre no contexto de uma disputa contínua entre o governo federal e Harvard, a única instituição até agora que se recusou a adotar algumas das medidas exigidas pela Casa Branca, como o fim das políticas de cotas.
“Todo mundo sabe que Harvard ‘perdeu o rumo’. A universidade tem contratado quase todos os ‘wokes’, idiotas e ‘cérebros de passarinho’, que só conseguem ensinar fracasso aos alunos e aos chamados ‘futuros líderes'”, afirmou Trump em uma postagem em sua rede social. O presidente também qualificou Harvard como uma “piada” que “ensina ódio e estupidez” e sugeriu que a universidade não deveria mais receber financiamento federal.
Na última segunda-feira (14), Harvard se tornou a primeira universidade a desafiar abertamente o governo Trump, que vem buscando impor mudanças significativas para reduzir o ativismo político dentro das instituições de ensino superior. Como resposta, Trump ameaçou cortar os recursos federais da universidade, revogar sua isenção de impostos e classificá-la como uma entidade política.
Trump vs Harvard
De um lado, Harvard: a mais antiga e rica universidade dos Estados Unidos, cuja marca é sinônimo de prestígio acadêmico global. Do outro, o governo de Donald Trump: decidido a reconfigurar o ensino superior americano de maneira sem precedentes.
Essa disputa representa um confronto em que ambos os lados buscam afirmar seus valores. Para Harvard, o que está em jogo é a autonomia das universidades, um princípio garantido pela Suprema Corte há décadas, que assegura a independência das instituições educacionais.
“A universidade não abrirá mão de sua independência nem de seus direitos constitucionais”, afirmaram os advogados de Harvard em uma carta enviada ao governo. “Nem Harvard, nem qualquer outra universidade privada pode ser tomada pelo governo federal.”
Em resposta, o governo anunciou o congelamento de cerca de US$ 2,3 bilhões (R$ 13,5 bilhões) destinados à universidade, o que marca a sétima vez que a administração Trump adota tal medida contra instituições de elite, buscando forçar o alinhamento com sua agenda política.
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