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Ibovespa sobe com foco em vacinas; Carrefour lidera perdas após protestos AstraZeneca informa eficácia e FDA anuncia que pode aprovar vacina da Pfizer daqui a três semanas

23 de novembro de 2020, 16h34 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Exame

O Ibovespa sobe nesta segunda-feira, 23, com o noticiário sobre avanços de potenciais vacinas contra o coronavírus impulsionando a busca por ativos de risco. Às 15h29, o índice avançava 0,91% para 107.004 pontos. Destoando do clima positivo, as ações do Carrefour caíam 6,08% e lideravam as quedas do Ibovespa. No fim de semana, a rede de supermercados enfrentou uma onda de protestos motivada pelo assassinato de um cliente negro por seguranças contratados pela empresa. A morte ocorreu na véspera do dia da Consciência Negra e dentro da uma de suas lojas do Rio Grande do Sul.

Entre os principais motivadores para a alta nas bolsas de valores do Brasil e dos Estados Unidos está o resultado da vacina produzida pela Oxford em parceria com farmacêutica AstraZeneca, que pode ser até 90% eficaz contra o coronavírus. Também está no radar dos investidores o anúncio de que a agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) deve decidir sobre a autorização emergencial da vacina da Pfizer a partir do próximo dia 10.

Com o otimismo, os três principais índices americanos operavam no positivo. O Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançavam 0,72%, 0,33% e 0,16%, respectivamente.

Os resultados da vacina da AstraZeneca, no entanto, receberam avaliação negativa de pelo menos um analista de sell-side. O analista Geoffrey Porges, do SVB Leerink disse em relatório que a empresa destacou os resultados de um grupo “relativamente pequeno” de voluntários no teste e que não obteria a aprovação dos EUA com base na falta de diversidade entre os participantes.

As ações da farmacêutica caíam 1,35%, com operadores levando em conta sua menor taxa de eficácia em comparação com rivais como a Pfizer, que até agora relatou a maior taxa, de 95%, seguida pela Moderna, com 94,5%.

As dúvidas foram suficientes para azedar o humor dos mercados na Europa. O índice pan-europeu STOXX 600 encerrou o dia em queda de 0,2%, após ter subido até 0,6% nas negociações da manhã.

Já os dados preliminares da eficácia da CoronaVac, potencial vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, serão anunciados apenas no início de dezembro.

No cenário interno, o Boletim Focus mostrou que o mercado reduziu a perspectiva de contração do PIB de 2020 de 4,66% para 4,55%. Por outro lado, o mercado revisou a expectativa da taxa Selic de 2021 de 2,75% para 3%, assim como o IPCA esperado para o fim deste ano de 3,25% para 3,45%.

E no mercado de câmbio, o dólar iniciou o dia em queda, mas passou a ganhar força contra moedas emergentes ao longo do dia e era negociado a 5,44 reais, alta de 1,01% . “Tem que levar em conta que o [presidente Donald] Trump está ameaçando fazer medidas contra a China nesses últimos dois meses de governo. É o fator que está levando o dólar a subir. A nossa moeda está muito colada com a de outros países emergentes”, afirma Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

De acordo com o Wall Street Journal, fontes próximas ao presidente americano afirmaram que a Casa Branca estão pressionando por medidas de “linha-dura” contra a Pequim, que inclui a criação de uma aliança de países do Ocidente. O plano, ainda segundo a publicação, incluiria retaliações conjuntas quando o país asiático usasse seu poder comercial para coagir nações.

Foto: NurPhoto/Getty Images

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