Por UAI
Apesar da expectativa de ver um filme brasileiro premiado pela primeira vez no Oscar, a produção dos EUA Indústria americana levou a melhor sobre com Democracia em vertigem na categoria dedicada aos documentários em longa-metragem.
O filme de Julia Reichert e Steven Bognar conta sobre abertura da fábrica chinesa Fuyao, uma das maiores produtoras de vidros automotivos do mundo, em Ohio, nos EUA, no espaço onde funcionava uma antiga fábrica da General Motors, desativada na crise de 2008.
O longa aborda as arestas culturais e econômicas entre chineses e norte-americanos como pano de fundo para um embate maior – entre duas economias, sociedades e culturas, do ponto de vista dos menos favorecido.
Foi a primeira estatueta para Julia Reichert e Steven Bognar, que já haviam sido indicados anteriormente na categoria. Assim como Democracia em vertigem, Indústria americana também foi lançado pela Netflix. O filme norte-americano foi produzido pelo ex-presidente Barack Obama e sua mulher, Michelle. É o primeiro título lançado pelo selo Higher Ground, fundado pelo casal em 2018.
Julia Reichert, a cineata que dirigiu o filme com seu parceiro profissional e de vida Steven Bognar, homenageou seus concorrentes ao receber o prêmio, citando o filme que “fala sobre o Brasil”.
Ela explicou que “Indústria americana” fala sobre a condição de vida dos trabalhadores, que hoje é pior do que já foi, e disse que “acreditamos que as coisas vão melhorar, quando os trabalhadores se unirem”.
Um dos aspectos mostrados no filme é a redução da sindicalização nos Estados Unidos e o aumento do dinheiro investido por empresas em consultorias que convencem os trabalhadores a não se sindicalizar.
Petra Costa compartilhou a fala da concorrente vencedora através do Twitter:
May the workers of the world unite as said Karl and Julia Reichert from “American Factory”
— Petra Costa (@petracostal) February 10, 2020
Foto: Divulgação/Diego Bresani