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Integralistas estão de volta e resgatam camisas verdes Movimento criado pelo escritor e político Plínio Salgado nos anos 1930 se reorganiza e deve realizar congresso nacional e lançar candidatos próprios em 2020

15 de dezembro de 2019, 21h22 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

No dia 9 de novembro, às 8h, um grupo ligado ao movimento integralista realizou uma pequena manifestação, com apenas 15 pessoas, na esquina da avenida São João e do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. O ato passou quase em branco e só chamou a atenção dos raros pedestres que passavam pela região – cercada pelos tapumes das obras de reurbanização executadas pela Prefeitura – naquela tranquila manhã de sábado.

Segundo matéria do jornal Estadão que acompanhou o grupo,  a manifestação teria servido apenas para demonstrar o desvario da iniciativa e o fraco engajamento despertado pelo movimento no atual cenário político do País. Mas, ao ressuscitar velhas práticas do integralismo, que marcaram tempos sombrios da vida política nacional, acabou por ganhar um significado que transcende a frieza dos números.

Promovida pela Frente Integralista Brasileira (FIB), principal organização de defesa do integralismo hoje, com o objetivo de homenagear três representantes da velha guarda mortos recentemente e celebrar os 87 anos do chamado Manifesto de Outubro, que selou a fundação do movimento em 1932, a manifestação parecia uma viagem no tempo.

Como nas marchas da Ação Integralista Brasileira (AIB) na década de 1930, os participantes vestiam, pela primeira vez na nova fase, o tradicional uniforme do grupo, composto por camisas verdes de mangas longas, com o colarinho e os punhos abotoados, e calças pretas. Alinhados em formação militar e em posição de sentido, de frente para os dois líderes que comandavam o ato, agitavam bandeiras azuis com o símbolo do sigma, a letra grega que identifica o integralismo, e do Brasil.

Com o braço direito levantado, eles respondiam em coro ao chamado dos dirigentes da FIB, bradando o lema e a saudação do movimento, de origem tupi, que quer dizer “olá”, “salve”, “você é meu irmão”.

“Deus, pátria e família!”, disse um dos líderes em tom solene.

“Deus, pátria e família!”, replicou o grupo.

“A todos os que estão dispostos a lutar ou mesmo a dar sua vida por “Deus, pela pátria e pela família, anauê!”, reforçou o dirigente.

“Anauê!”, exclamaram os participantes em júbilo.

Via: Estadão Conteúdo 

Foto: Reprodução Youtube 

 

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