Por G1
Logo depois que o presidente Jair Bolsonaro ter falado em desobrigar milhões de brasileiros do uso de máscara na pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recebeu vários questionamentos de interlocutores. Para essas perguntas, respondeu rapidamente: “Já apaguei o incêndio”.
Na sequência, o Ministério da Saúde divulgou um vídeo em que Queiroga tentava se equilibrar entre a fala negacionista de Bolsonaro e as recomendações científicas para evitar contaminação. Confirmou ter recebido um pedido de Bolsonaro para fazer um estudo sobre as máscaras, mas que a adoção da medida não seria para agora.
Interlocutores do próprio ministro demonstraram preocupação com o episódio. Viram uma forma de Bolsonaro de criar uma cortina de fumaça e enquadrar o titular da saúde, num momento em que o presidente está acuado com o desgaste de sua imagem diante da tragédia da pandemia no Brasil com quase 500 mil vidas perdidas para a Covid.
Para uma plateia, Bolsonaro havia deixado claro que tinha pedido para “um tal de Queiroga” um parecer para desobrigar o uso de máscaras por quem estiver vacinado contra a Covid ou por quem já tiver contraído a doença. Médicos próximos ao ministro viram na fala do presidente um tratamento de desrespeitoso ao auxiliar.
“Tem situações em que não há espaço para tentar se equilibrar. Numa encruzilhada, um médico precisa assumir a defesa da vida”, disse ao Blog um interlocutor do ministro, preocupado com a posição dúbia de Queiroga.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado