O jornalista Alcindo Ribeiro de Sousa morreu nesta segunda-feira (21), em Belo Horizonte. O velório será na Casa do Jornalista (Avenida Álvares Cabral, 400, Centro), a partir das 8h de terça-feira 22, e o sepultamento, às 17h, no Bonfim.
Alcindo tinha 88 anos. Deixa a segunda esposa Samira Nader, jornalista, as filhas Rafaela, Suzana e Rosana, e a neta Carla. Nascido em Oliveira (MG), no dia 23/7/1931, foi seminarista na ordem dos salesianos.
Era jornalista desde 1955. Trabalhou no Diário de Minas, onde começou como revisor, tendo sido contemporâneo do Henfil e de Fernando Gabeira. Foi chefe da Assessoria de Imprensa da Fundação João Pinheiro. No governo Tancredo Neves, foi diretor do diário oficial Minas Gerais e liderou sua renovação editorial. Trabalhou também na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte.
Publicou cinco livros: Edição Extra, Edição Extra 2º Clichê, Crônicas de Duas Guerras, O Comedor de Palavras e A Ficção da Verdade.
Associado desde 1957, foi diretor do SJPMG de 1966 a 1975 e vice-presidente na gestão 1984-1987, presidida por Manoel Marcos Guimarães.
Conhecedor como poucos da língua portuguesa, Alcindo tinha um texto brilhante, leve e bem humorado, além de um apurado senso para a notícia. Foi um formador de equipes e de jornalistas, especialmente no Diário de Minas, onde foi editor e chefe de redação. Atualmente colaborava com a revista Matéria Prima e preparava um livro sobre seu avô paterno, o professor Azarias Ribeiro, que fundou escolas para moças e rapazes negros na região de Lavras, após a Abolição.
Defensor da reportagem, dizia que o repórter se tornou ainda mais importante diante do grande volume de informações que chega à redação, por meio de releases e agências. “Este tipo de jornalista não se forma nas escolas, mas no dia a dia das redações. As escolas de Comunicação ajudam na formação do futuro jornalista, funcionando mais como centro de debates e pesquisas”, declarou por ocasião da sua estreia na literatura, em 1979, com o livro Edição Extra.
Sobre Alcindo, escreveu a colega e amiga Dinorah Maria do Carmo, ex-presidenta do SJPMG:
“A passagem do jornalista e colega-amigo Alcindo Ribeiro de Sousa para a eternidade, hoje 21 de outubro, é mais uma baixa lamentável que ocorre em nossa categoria jornalística. Conheci-o no Diário de Minas, em 1975 , no início de minha carreira de repórter e, com ele, editor experiente, culto e ponderado, muito aprendi! Tornamo-nos amigos ao longo das décadas, trocávamos ideias sempre ao telefone ou pessoalmente, mas nāo muito ultimamente desde que adoeceu. Sempre compareci ao lançamento de seus bem escritos livros em estilo primoroso e de fina ironia! No primeiro, Edição Extra, tive a honra de ser nele citada, quando Mestre Alcindo evoca o quotidiano da redaçāo no Diário de Minas, jornal que forjou grandes talentos, jornalistas de peso, infelizmente extinto há duas décadas. O Edição Extra é um livro de memórias e bem didático que todo estudante de Comunicação Social deveria ler e ter! Alcindo foi um exemplo no jornalismo mineiro, por sua ética e competência, além de sua atuante ação sindical, tendo participado como diretor dos três mandatos do ex-presidente do SJPMG Virgílio Horácio de Castro Veado, agora também de saudosa memória. Meus pesares à viúva Samira, às filhas Rosana, Silvana e Rafaela, assim como aos demais familiares de Alcindo Ribeiro, rogando a Deus que lhes dê a aceitação e consolo nesta hora tão dificil!”
Créditos/Fonte: SJMG