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Jurista Dalmo Dallari morre em São Paulo aos 90 anos Dallari foi professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e é considerado um dos mais importantes juristas do país.

8 de abril de 2022, 14h07 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O jurista Dalmo de Abreu Dallari morreu nesta sexta-feira (8) em São Paulo. Considerado um dos mais importantes juristas do Brasil, Dallari foi professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Em nota, a família declarou que Dallari deixou esposa, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos, além de “várias gerações de alunos e seguidores, aos quais se dedicou em mais de 60 anos de magistério e atuação na promoção dos direitos humanos”. Segundo familiares, a causa da morte foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O velório deve ser realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco, 95. O horário do evento não foi divulgado no comunicado.

Em comunicado, a Faculdade de Direito da USP lamentou a morte de Dallari.

“Dalmo era amado por seus amigos de docência e alunos. Nos bancos das salas de aula transmitia seu saber com seriedade, de forma que todos, tanto na Graduação quanto na Pós-Graduação, adquirissem o conhecimento com mais facilidade”, destacou a instituição, em nota.

Biografia

Natural de Serra Negra, no interior do estado, Dallari se formou em direito pela USP em 1957 e, pouco depois, em 1964, passou a integrar o corpo docente da instituição.

Conhecido por sua atuação em oposição ao regime militar, Dallari ajudou a organizar a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. A organização foi intensamente buscada por perseguidos políticos e seus familiares, e teve papel importante na proteção de oposicionistas da ditadura.

Jurista Dalmo Dallari em sua casa na Zona Sul da capital paulista, em foto de 2006 — Foto: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO CONTEÚDO

Dallari ficou conhecido no meio jurídico como um dos principais especialistas na área do Direito Constitucional brasileiro. Sua carreira teve como foco a defesa dos direitos humanos e a garantia do Estado de Direito. Foi autor de diversos artigos, capítulos de livros e realizou palestras e conferências, no Brasil e no exterior.

Na Faculdade de Direito da USP, tornou-se professor titular em 1974 e, em 1986, foi escolhido para ser diretor, posição que ocupou até 1990.

Jurista Dalmo Dallari durante ato de apoio pela demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, realizado no teatro do Sesc da Avenida Paulista, em agosto de 2008 — Foto: SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO

Entre 1990 e 1992, Dallari atuou na prefeitura de São Paulo como secretário de Negócios Jurídicos sob a gestão de Luiza Erundina.

Em 2001, ano em que deixou a docência regular por conta de sua aposentadoria compulsória, foi nomeado coordenador da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância.

Já em 2007 tornou-se professor emérito da Faculdade de Direito da USP.

Dalllari foi pai de dois professores da universidade, Maria Paula Dallari Bucci, da Faculdade de Direito, e Pedro Dallari, do Instituto de Relações Internacionais, frutos de seu primeiro casamento. Atualmente, o professor emérito estava casado com Sueli Dallari, que foi professora da Faculdade de Saúde Pública da USP e também é formada na São Francisco, em 1980.

Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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