Por G1
O jurista Dalmo de Abreu Dallari morreu nesta sexta-feira (8) em São Paulo. Considerado um dos mais importantes juristas do Brasil, Dallari foi professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Em nota, a família declarou que Dallari deixou esposa, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos, além de “várias gerações de alunos e seguidores, aos quais se dedicou em mais de 60 anos de magistério e atuação na promoção dos direitos humanos”. Segundo familiares, a causa da morte foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O velório deve ser realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco, 95. O horário do evento não foi divulgado no comunicado.
Em comunicado, a Faculdade de Direito da USP lamentou a morte de Dallari.
“Dalmo era amado por seus amigos de docência e alunos. Nos bancos das salas de aula transmitia seu saber com seriedade, de forma que todos, tanto na Graduação quanto na Pós-Graduação, adquirissem o conhecimento com mais facilidade”, destacou a instituição, em nota.
Biografia
Natural de Serra Negra, no interior do estado, Dallari se formou em direito pela USP em 1957 e, pouco depois, em 1964, passou a integrar o corpo docente da instituição.
Conhecido por sua atuação em oposição ao regime militar, Dallari ajudou a organizar a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. A organização foi intensamente buscada por perseguidos políticos e seus familiares, e teve papel importante na proteção de oposicionistas da ditadura.
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Jurista Dalmo Dallari em sua casa na Zona Sul da capital paulista, em foto de 2006 — Foto: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO CONTEÚDO
Dallari ficou conhecido no meio jurídico como um dos principais especialistas na área do Direito Constitucional brasileiro. Sua carreira teve como foco a defesa dos direitos humanos e a garantia do Estado de Direito. Foi autor de diversos artigos, capítulos de livros e realizou palestras e conferências, no Brasil e no exterior.
Na Faculdade de Direito da USP, tornou-se professor titular em 1974 e, em 1986, foi escolhido para ser diretor, posição que ocupou até 1990.
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Jurista Dalmo Dallari durante ato de apoio pela demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, realizado no teatro do Sesc da Avenida Paulista, em agosto de 2008 — Foto: SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO
Entre 1990 e 1992, Dallari atuou na prefeitura de São Paulo como secretário de Negócios Jurídicos sob a gestão de Luiza Erundina.
Em 2001, ano em que deixou a docência regular por conta de sua aposentadoria compulsória, foi nomeado coordenador da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância.
Já em 2007 tornou-se professor emérito da Faculdade de Direito da USP.
Dalllari foi pai de dois professores da universidade, Maria Paula Dallari Bucci, da Faculdade de Direito, e Pedro Dallari, do Instituto de Relações Internacionais, frutos de seu primeiro casamento. Atualmente, o professor emérito estava casado com Sueli Dallari, que foi professora da Faculdade de Saúde Pública da USP e também é formada na São Francisco, em 1980.
Foto: Cecília Bastos/USP Imagens