Home Política Kajuru é ameaçado por bolsonaristas: “Vai conhecer o gabinete do ódio”

Kajuru é ameaçado por bolsonaristas: “Vai conhecer o gabinete do ódio” Senador divulgou gravação de conversa feita com o presidente Jair Bolsonaro. Parlamentar diz "não ter medo de morrer".

14 de abril de 2021, 18h11 | Por Redação Blog do Lindenberg

by Redação Blog do Lindenberg

Por Metrópoles. O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) vem recebendo ameaças, em redes sociais, após divulgar, no domingo (11/4) e na segunda-feira (12/4), trechos de uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

As ameaças partem de apoiadores do chefe do Executivo federal, que criticou Kajuru por ter gravado o telefonema. “Olha a que ponto que chegamos no Brasil”, provocou Bolsonaro, no Palácio do Alvorada.

Em prints cedidos ao Metrópoles pela assessoria de Kajuru, bolsonaristas aparecem afirmando que o parlamentar goiano vai conhecer o “gabinete do ódio” e que o povo vai tirá-lo do poder “à força”. Em outras postagens, alguns internautas garantem que Kajuru “não terá paz”.

“Cajuru sem vergonha… Ao invés de ficar quase cego e com essa cara de bosta mal cagada, devia ter morrido esse filho da puta, capacho do outro bandido chamado Datena [sic]”, escreveu um deles.

Ao Metrópoles, Kajuru disse, no entanto, ter sido autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro a gravar e divulgar a conversa. Alegando que “não tem medo de morrer”, o parlamentar garantiu que não cometeu nenhum crime ao divulgar o áudio, e lembrou que divulgou uma conversa entre os dois, não apenas com falas do chefe do Executivo.

“Se os bolsonaristas continuarem me atacando, é uma coisa gratuita. Se o presidente me autorizou [a divulgar o áudio] eu vou fazer o quê? Que erro eu cometi? Qual crime eu cometi? Advogados já falaram que eu não cometi crime nenhum. Eu apresentei uma gravação com os dois falando. Eu não apresentei uma gravação sacana com o presidente falando. O motivo da conversa está claro, eu liguei para ele para pedir coerência e que ele não colocasse todo mundo [senadores] no mesmo balaio, como ele estava xingando de canalhada”, explica.

“Tem gente me ameaçando, claro, mas eu não tenho medo de nada, não. Morrer para mim é como antes de nascer. Se alguém quiser me matar por causa disso, pode matar, não tem problema nenhum”, completa o senador.

Assista ao Metrópoles Entrevista:

Conselho de ética
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, protocolou na segunda-feira (12/4), no Conselho de Ética do Senado, um pedido de investigação contra Jorge Kajuru.

Para Flávio, Kajuru teria quebrado o decoro parlamentar ao gravar e divulgar nas redes sociais a conversa telefônica com o presidente na qual Bolsonaro tenta convencer o senador a voltar as investigações da CPI da Covid-19 para governadores e prefeitos, tirando o foco proposto inicialmente, sobre o governo federal.

“Representei no Conselho de Ética do Senado contra o senador por sua postura imoral, não só de gravar uma conversa particular com o Presidente da República, bem como de dar publicidade a isso, tudo sem o consentimento ou a autorização de Bolsonaro”, disse o senador fluminense, em vídeo distribuído por sua assessoria.

Kajuru disse ao Metrópoles que riu da atitude de Flávio, já que não é ele que está sendo investigado pelo esquema de rachadinhas.

Foto: Igo Estrela/Metrópoles.

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