Por G1
O candidato do PSD ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil, foi o terceiro entrevistado na série do g1, que teve início na última segunda-feira (22).
Às jornalistas Liliana Junger e Thaís Pimentel, Kalil disse que mandou retirar a palavra “metrô” do plano de governo dele porque tem “vergonha” de falar sobre o assunto.
Afirmou também que é contra o Regime de Recuperação Fiscal nos moldes atuais e que vai revogá-lo caso seja eleito e o estado conclua a adesão ao programa.
Por fim, disse que não está preocupado com os resultados das últimas pesquisas eleitorais, que o apontam em segundo lugar, atrás do atual governador Romeu Zema (Novo).
Zema abriu a série de entrevistas com os candidatos ao governo de Minas, na última segunda-feira (22). Nesta terça-feira (23), foi a vez de Carlos Viana, do PL. Os três candidatos tiveram 5% ou mais na pesquisa Ipec de 15 de agosto e, por isso, foram entrevistados ao vivo.
Marcus Pestana (PSDB), Indira Xavier (UP), Renata Regina (PCB), Lorene Figueiredo (PSOL), Vanessa Portugal (PSTU), Cabo Tristão (PMB) e Lourdes Francisco (PCO), demais candidatos ao governo de Minas, participarão de entrevistas gravadas, que serão exibidas de 25 de agosto a 2 de setembro.
Veja os principais pontos da conversa com Kalil:
Metrô
Kalil disse que mandou retirar a palavra “metrô” do plano de governo dele porque tem “vergonha” de falar sobre o assunto.
A ampliação do metrô de Belo Horizonte é uma promessa antiga de governantes. O sistema, que tem 19 estações e percorre cerca de 28 quilômetros, foi expandido pela última vez em 2002. Atualmente, está em andamento um processo de concessão do sistema à iniciativa privada.
“Eu mandei tirar essa palavra porque eu tenho vergonha. Eu tenho vergonha de falar a palavra ‘metrô’. Se eu fizer o metrô, vai ser igualzinho nós entregamos 34 postos de saúde, que nós recapeamos a cidade inteira, que nós abrimos hospital, nós vamos apresentar como uma grande surpresa”, falou Kalil.
Regime de Recuperação Fiscal
O candidato afirmou que, se for eleito, vai revogar o Regime de Recuperação Fiscal nos moldes atuais, caso o estado conclua a adesão ao programa.
Em julho deste ano, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que o governo de Minas Gerais pode aderir ao regime, sem a autorização da Assembleia Legislativa.
O regime permite a realização de concurso apenas para repor pessoal, e não para a contratação de novos funcionários.
Segundo Kalil, essa restrição iria impedir, por exemplo, o funcionamento dos hospitais regionais que precisam ser concluídos.
“Com esse Regime de Recuperação Fiscal não pode haver contratação. Como vamos rechear o hospital de Juiz de Fora, com o quê? Com jogador de futebol?”, questionou.
Ele disse, ainda, que, nos moldes atuais, o programa é “uma bomba atômica”.
“Nós vamos ficar 16 anos sem dar aumento, por exemplo, para o policial militar. Daqui a seis anos nós não temos polícia mais”, falou.
Pesquisa eleitoral
Kalil disse que não “está preocupado” com pesquisas eleitorais.
De acordo com a última pesquisa do Datafolha, de 18 de agosto, o atual governador e candidato à reeleição pelo partido Novo, Romeu Zema, lidera a disputa no primeiro turno com 47% das intenções de voto, seguido por Kalil, com 23%.
“Se a gente for olhar esse negócio de pesquisa, nós vamos enlouquecer. Eu não estou preocupado com pesquisa (…) Eu não vou fazer malabarismo para tirar essa diferença, eu quero levar a mensagem. Se tocar o coração e a mente do povo, tocou”, disse Kalil.
Ele afirmou que a estratégia dele para ganhar eleição é levar o conteúdo do que ele quer fazer no estado.
“Onde eu sou conhecido eu ganho a eleição. Então, o meu trabalho parece que não é tão árduo assim (…) Eu estou muito confiante”, falou Kalil.
Aliança com o PT
Kalil reconheceu que já fez críticas ao PT, partido de seu atual candidato a vice-governador, André Quintão. Ele também apoia Lula para as eleições presidenciais e é apoiado pelo ex-presidente no estado.
“Se o próprio PT, se o próprio Lula diz que cabe ao PT lamber ferida e reconhecer o desastre que foi, eu acho que não sou eu que vou defender. Eu acho que são duas administrações muito ruins, e quem vai governar é o Kalil (…) O governo Lula foi um dos melhores governos da história desse país e é com ele que eu me associei”, afirmou.
Diversidade no governo
Kalil disse que a diversidade e a valorização de mulheres, negros, população LGBTQIA+ e pessoas com deficiência devem ser uma política de governo.
“Isso é uma política, que hoje é uma realidade, isso tem que ser olhado (…) É claro que nós vamos olhar isso, nós temos que nos adaptar a essa nova realidade. Isso é igual meio ambiente, que nunca foi assunto prioritário de governo, e hoje é”, falou.
Ao longo da gestão de Kalil à frente da Prefeitura de Belo Horizonte, ele nomeou sete mulheres e 25 homens no primeiro escalão.
“Eu não pus porque era mulher, não, eu pus porque elas são boas de chincha mesmo, elas são danadas”, disse.
Combate à fome
Kalil disse que “quem vai solucionar a fome para valer é o governo federal”, mas que, se for eleito, vai colocar a fome e a pobreza no orçamento.
“O que não pode é abandonar. O que não pode é tirar uma criança da escola, como nós tiramos na pandemia, e não entregar uma cesta básica para a família dela. O que não pode é você tirar o cara do trabalho, que às vezes ele se alimentava lá, e não abrir o restaurante popular”, disse o candidato.
Foto: Marcelo Moreira / TV Globo