Home Belo Horizonte Kalil veta entrada de clientes em lojas de BH e estuda medidas para restringir circulação na lagoa da Pampulha

Kalil veta entrada de clientes em lojas de BH e estuda medidas para restringir circulação na lagoa da Pampulha Pontos turísticos da capital mineira serão fechados após aglomerações de pessoas aos finais de semana, mesmo com orientação para isolamento social.

7 de abril de 2020, 10h41 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (6) novas restrições na cidade para impedir a aglomeração de pessoas e evitar a contaminação pela covid-19. Uma delas é a proibição de circulação na Praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul, a partir de sexta-feira (10).

Outra medida é o impedimento da passagem de pedestres na orla da Lagoa da Pampulha, o que segundo Kalil está estudado como colocar em prática. Só será permitido o acesso de carros. “O pessoal não entendeu que nós não estamos de férias”.

Ele enfatizou que ainda não dá para estimar um prazo para o fim da quarentena, nem reabertura do comércio na capital mineira. E disse que as decisões da prefeitura estão sendo tomadas com consultoria de três infectologistas e o aval do Secretário Municipal de Saúde, Jackson Pinto.

“Esta cidade está sendo comandada por três infectologistas chefiados pelo secretário de Saúde. Eles é que estão no comando. Eles é que decretarão o fim da pandemia e a saída, que deverá ser cuidadosa e copiará todos os protocolos do mundo”, falou.

Decreto

A partir desta terça-feira (7) os estabelecimentos comerciais que estão autorizados a funcionar em Belo Horizonte estão proibidos de atender os clientes no espaço interior. As vendas deverão ser feitas exclusivamente no exterior do local, com a organização de filas gerenciadas pelos proprietários com distância mínima de 1 metro entre as pessoas.

É o que determina o Decreto 17.325/2020, assinado nesta segunda-feira (6) pelo prefeito Alexandre Kalil, complementando as regras envolvendo a suspensão temporária dos alvarás de localização e funcionamento dos estabelecimentos comerciais na capital – estabelecidas no Decreto 17.304/2020, de 18 de março.
A regra trazida pelo Decreto 17.325/2020 não se aplica, no entanto, a supermercados, hipermercados, padarias, farmácias, sacolões, mercearias, hortifrútis, armazéns, açougues e postos de combustível para veículos automotores.

O decreto regula ainda o atendimento em agências bancárias e casas lotéricas: torna necessário um estrito controle de acesso para eliminar aglomerações nas áreas internas e externas, inclusive com a organização de filas gerenciadas pelas instituições em área externa com distanciamento mínimo de 1 metro.

Enquanto durar a Situação de Emergência em Saúde Pública, fica suspenso o uso de praças e outros locais públicos para prática de atividades de esporte e lazer coletivas ou individuais que possam gerar aglomeração de pessoas. No final de semana passado, a Prefeitura de Belo Horizonte já havia determinado o fechamento de duas das praças mais movimentadas da capital: Liberdade e JK.

Kalil voltou a defender o fechamento de comércios não essenciais. “Todo mundo pode não querer fechar a loja, mas também não quer enterrar a mãe. Vamos para casa, senão a grande indústria desse país não vai ser a de petróleo, vai ser a de caixão”, disse.

O Decreto 17.304/2020 foi publicado no DOM em 18 de março, e estabeleceu regras para o funcionamento do comércio de Belo Horizonte a partir do dia 20. O texto proibiu a abertura, entre outros estabelecimentos, de casas de shows e espetáculos; boates e danceterias, casas de festas e eventos; shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas; cinemas e teatros; bares, restaurantes e lanchonetes. O objetivo é evitar a aglomeração de pessoas, contendo a possível transmissão do Coronavírus. Apenas o comércio de rua ficou liberado.

Bolsonaro

O prefeito voltou a criticar o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de defender a reabertura do comércio, e afirmou que a opinião do chefe do Executivo nacional não interfere na conduta dele a frente da capital mineira. “Se sua mãe estiver doente, você liga para o Mandetta ou para o Bolsonaro?”, perguntou a um repórter. “Então, quem está no comando da ação é o ministro Mandetta [que defende o isolamento social]”, finalizou.

Foto: Reprodução/PBH

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