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Lawand é chamado de “covarde” e “mentiroso” durante CPI do 8/1 Lawand aparece em mensagens trocadas com Mauro Cid, supostamente estimulando o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro a atos golpistas

27 de junho de 2023, 16h05 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Metrópoles

O coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército, foi criticado por parlamentares nesta terça-feira (27/6) durante a participação dele na CPI dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O militar foi chamado de “covarde”, por se manter em silêncio, e “mentiroso”, por deputados da base governista.

O militar aparece em mensagens trocadas com Mauro Cid, supostamente estimulando o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro a seguir o caminho do golpe contra o resultado da eleição presidencial e, consequentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi citado nas investigações da Polícia Federal (PF) que apuram a mobilização de atos golpistas por militares.

Durante a manifestação na CPI, o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) fez referência a declarações da oposição, de que as pessoas presas pelas invasões às sedes dos Três Poderes, na ocasião, estão detidas “injustamente”. Segundo ele, Lawand tem a oportunidade de separar quem são as “sardinhas” e os “tubarões”.

“Coronel, com toda a educação, eu lhe peço: as pessoas aqui, a base de oposição ao governo, o próprio deputado que me interrompeu vai à tribuna, faz manifestações afirmando que tem pessoas presas injustamente, as sardinhas. E o senhor está aqui tendo oportunidade de nos mostrar quem são os tubarões”, declarou.

“O seu silêncio é covarde. Sabe por que, coronel? Seu silêncio é covarde porque o senhor está permitindo que pessoas, entre aspas, ‘inocentes’, estejam presas. Quem estava lá, há 52 dias, cagando num banheiro químico. O senhor está aqui deixando que elas estejam presas porque o senhor está protegendo os tubarões”, prosseguiu.

Duarte pediu que o militar “proteja esses inocentes, que, em tese, estão sendo punidos injustamente. Esse é o seu momento de fala. O seu silêncio não pode ser covarde, o seu silêncio tem de proteger as pessoas”. Lawand, contudo, permaneceu em silêncio.

“O senhor está mentindo”

Em seguida, o deputado Rogério Correia (PT-MG) voltou a questionar as falas de parlamentares da oposição, de que o ex-presidente Bolsonaro não tem participação nos atos antidemocráticos. No entanto, lembrou as mobilizações em frente aos quartéis, e que o então “presidente não deu ordens para saírem do Exército para apaziguar o país”.

“Isso é o que a gente vai tirar do depoimento do senhor até agora. O senhor está vendo que o peixe morre pela boca? O senhor já ouviu esse ditado? Que a mentira tem perna curta, o senhor já ouviu? O senhor vai continuar mentindo e culpar o presidente Bolsonaro?”, questionou o parlamentar.

QEle, então, afirmou: “O senhor está mentindo! E eu vou provar que o senhor está mentindo. O senhor é um mentiroso, coronel! O senhor não está tergiversando, não! O senhor está mentindo!”.

Investigação da PF

Lawand era subchefe do Estado Maior do Exército e, de acordo com a PF, incentivou Mauro Cid a convencer Jair Bolsonaro de impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomasse posse em 1º de janeiro deste ano.

Em mensagens trocadas com o ajudante de ordens, Lawand pediu que o militar “convencesse o 01 [em menção a Bolsonaro] a salvar esse país”.

“Cid, pelo amor de Deus. O homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, da divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu.

A convocação de Lawand consta em requerimentos apresentados por parlamentares governistas, como Eliziane Gama (PSD-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duda Salabert (PDT-MG) e Duarte (PSB-MA).

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

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