O leilão do prédio que abrigava o Hotel Othon Palace, localizado no centro de Belo Horizonte, terminou sem compradores e volta para plano de recuperação judicial. O pregão virtual realizado pela Rymer Leilões nesta terça-feira (6), tinha como valor mínimo a oferta de R$ 30 milhões, somando-se ainda débitos de IPTU na ordem de R$ 5,4 milhões que ficariam a cargo do arrematante, conforme decisão da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
O edital que foi lido no começo do leilão dizia que, além do lance mínimo de R$ 30 milhões, o arrematante teria de arcar com os débitos em aberto referentes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), no valor de R$ 5.377.333,55, mais acréscimos legais, ficando a cargo do comprador negociar possíveis alternativas para a quitação da dívida.
De acordo com a reportagem do Estado de Minas, o arrematante deveria ter uma atenção especial quanto ao tombamento do edifício, uma vez que ele é protegido pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH). Ou seja, qualquer alteração na fachada do empreendimento teria que ter o projeto enviado para análise e aprovação da Diretoria de Patrimônio Cultural.
Presente no leilão virtual, o advogado da rede Othon disse que não haverá uma segunda rodada de ofertas, uma vez que o procedimento desta tarde era apenas uma das alternativas para o grupo – que está em recuperação judicial – levantar fundos com a venda do imóvel.
Othon Palace: o imóvel
A unidade da Hotéis Othon na capital mineira foi inaugurada em 1978. Por alguns anos, foi considerado único hotel de luxo da cidade. Localizado na avenida Afonso Pena, o empreendimento fica bem em frente ao Parque Municipal, no Centro. Imponente, o imóvel tem 25 andares e quase 300 apartamentos.
Com muitas dívidas tributárias e em recuperação judicial, a Othon fechou sua unidade em Salvador, também em 2018. No mesmo ano, a prefeitura de São Paulo havia inaugurado a sede da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico no prédio onde funcionava o Othon Palace, no Centro da capital paulista. Fechado desde 2008, o imóvel foi declarado pela administração municipal de utilidade pública e desapropriado em 2012.
Hoje, a tradicional cadeia hoteleira mantém unidades em funcionamento no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo, mais precisamente em Matão e Araraquara.
Foto: Uarlen Valerio