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Líder do PSL indica que partido não vai recuar do nome de Bia Kicis para CCJ A escolha da parlamentar bolsonarista causou desconforto na Casa e até mesmo com membros do STF

15 de fevereiro de 2021, 17h38 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por O Tempo

O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (GO), deixou claro que não há intenção no partido de recuar do nome de Bia Kicis (DF) para o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A escolha da parlamentar bolsonarista causou desconforto na Casa e até mesmo com membros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que motivou legendas a articularem para que o mineiro Lafayette Andrada (Republicanos) fique no comando do colegiado.

O goiano explica que a opção por Bia faz parte da construção de um acordo, de que ao ajudar eleger Arthur Lira (PP-AL) para a presidência do Legislativo, o PSL ficaria com a chefia de quatro comissões permanentes nesses dois anos de mandato, uma vez que é o maior partido do bloco de apoio à Lira, e também com o comando da Comissão Mista de Orçamento (CMO) no ano que vem. Ele afirma que a articulação foi feita com o presidente da Casa e os líderes partidários.

“Nós acertamos, inclusive, o nome específico da Bia porque já era uma construção anterior. Então, ficou a Bia esse ano, eu na liderança da CCJ no ano que vem e na liderança do PSL nesse ano. Esse era o acordo, voltamos no PSL e fizemos a votação, que inicialmente seria secreta, mas depois quando vimos que não havia candidatos para se oporem aos nomes que tinham sido acordados, todos foram eleitos por aclamação para essas funções”, afirmou.

Ele ainda garante que o clima na agremiação está muito tranquilo e citou como exemplo o fato de que a última vez que havia verificado a lista de apoio ao nome dele, contava com as assinaturas de 46 dos 52 deputados que podiam opinar. Para o militar, isso demonstra que há um consenso nessa ideia de pacificação da sigla.

“Nós somos um partido com 53 deputados, o maior partido de direita da Câmara e o segundo maior partido da Casa, só perde para o PT em termos de tamanho. E isso nos dá diversas possibilidades regimentais, de ações nas comissões, no próprio plenário, de fazer a pauta andar, e isso tem que ser aproveitado nas pautas que acreditamos: liberais, econômicas, conservadoras nos costumes e apoiando o governo”, disse o líder do PSL.

Imbróglio

A recusa do PSL de declinar do nome da deputada bolsonarista tem feito com que parlamentares acionem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para acalmar os ânimos. Mas ele já avisou que não vai se intrometer. A CCJ é o colegiado mais importante da Casa. Todos os projetos passam por ela e pedidos de impeachment também precisavam do aval dos membros da comissão.

Como a coluna mostrou, no início de 2020, Andrada era cotado para ocupar o cargo, mas por conta da pandemia da Covid-19, as atividades das comissões foram paralisadas. Ele é lembrado para ser candidato avulso por conta da atuação técnica do Legislativo. Ele tratou de assuntos polêmicos, que acabaram colocando-o em evidência para essa disputa, como o pacote anticrime e a PEC da prisão após condenação em segunda instância.

Bia é conhecida por ser aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ter uma postura radical e constantemente estar envolvida em polêmicas – manifestações antidemocráticas, negacionismo em relação à vacina contra o coronavírus e divulgação de fake news -, o nome de Bia é rechaçado por diversos políticos no Legislativo. Até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) queixaram-se dessa possibilidade.

Atualmente, a deputada do DF é a segunda vice-presidente do grupo. E, por conta de acordo para a candidatura vitoriosa de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara, ficou acertado que a chefia do colegiado neste ano ficaria com o PSL, uma vez que é o maior partido do bloco vencedor. Inicialmente, o nome cotado era de outro mineiro, Delegado Marcelo Freitas (PSL).

Contudo, para conseguir a 1ª secretaria da Casa, Luciano Bivar (PSL-PE) aceitou que Bia Kicis ficasse com a CCJ e jogou para escanteio a possibilidade do posto ficar nas mãos do policial. Bivar é presidente nacional da legenda e, hoje, o comando da presidência do colegiado também está nas mãos do partido, com Felipe Francischini (PR). Apesar das indicações e acordos para as presidências das comissões serem feitos anteriormente, os nomes precisam ser confirmados em votação nos próprios grupos.

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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