Por Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro não terá autorização para indicar os candidatos do PP ao Senado, caso se filie ao partido. A imposição foi feita por Bolsonaro nas conversas que mantém com a direção da sigla para acertar sua filiação, mas o pedido foi negado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Lira tem influência sobre a indicação dos candidatos ao Senado e não está disposto a abrir mão da condição, segundo dirigentes do PP.
Uma mostra de força foi dada pelo presidente da Câmara após tomar conhecimento dos planos do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
A fim de concorrer ao Senado em 2022, Tarcísio disse à imprensa que poderia se candidatar por Mato Grosso ou por Goiás. Não demorou muito para que o ministro recebesse uma negativa do PP. Lira avisou que o partido já tem dois candidatos nos estados e não abrirá mão do planejamento.
O ex-ministro da Agricultura Neri Geller deverá disputar o cargo no Mato Grosso, enquanto o ex-ministro das Cidades Alexandre Baldy sairá como candidato a senador em Goiás.
Foi após a negativa de Lira que Bolsonaro começou a negociar o lançamento de Tarcísio ao Senado por São Paulo. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, avisou o diretório paulista do PP que a candidatura deve ser viabilizada.
Bolsonaro está preocupado com a eleição para o Senado por ter acumulado derrotas na Casa ao longo do mandato. A exigência para indicar candidatos também foi feita pelo presidente quando o PTB lhe ofereceu a filiação.
O PP, contudo, não parece disposto a investir pesado na eleição para o Senado. Ciro Nogueira tem comentado com aliados que se daria por satisfeito se o PP conseguisse aumentar a bancada para cerca de dez senadores — hoje, o partido tem sete. O foco primordial para 2022 está na ampliação da presença da sigla na Câmara dos Deputados.
Foto: Alan Santos/PR