Por G1
O presidente Jair Bolsonaro recebeu na manhã desta quinta-feira (18) no Palácio da Alvorada o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O encontro não estava previsto na agenda de Bolsonaro.
Segundo apurou o blog, Lira foi até a residência oficial da Presidência da República para discutir a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).
Além do impacto político e da possibilidade de abrir uma crise entre os poderes, a prisão do parlamentar, que será chancelada ou revista pela Câmara, impacta no cronograma de votação de temas econômicos, como a PEC emergencial e o retorno do auxílio emergencial.
Silveira foi preso na terça (16) por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A decisão foi confirmada por unanimidade pela Corte na quarta (17).
Aliado de Bolsonaro, Silveira foi preso em flagrante por crime inafiançável em razão de um vídeo postado na internet no qual defendeu a destituição imediata dos 11 ministros do STF e enalteceu o AI-5, instrumento usado pelo regime militar para endurecer a ditadura, em 1968.
No vídeo da terça, o deputado ofendeu diretamente os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli, além de fazer ameaças.
Ainda na quarta, a Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado. A denúncia foi feita no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. A PGR acusa Silveira de crimes previstos no Código Penal e na Lei de Segurança Nacional:
- praticar agressões verbais e graves ameaças contra ministros da Corte para favorecer interesse próprio, em três ocasiões;
- incitar o emprego de violência e grave ameaça para tentar impedir o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário, por duas vezes, e
- incitar a animosidade entre as Forças Armadas e o STF, ao menos uma vez.
Foto: Marcos Corrêa/PR