Home Brasil Livro conta como milícia assassinou 3 políticos antes de Marielle no RJ

Livro conta como milícia assassinou 3 políticos antes de Marielle no RJ

6 de janeiro de 2024, 09h46 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

De acordo com o livro “Decaído”, do jornalista Sérgio Ramalho, pelo menos três representantes políticos foram assassinados pelo grupo de pistoleiros conhecido como Escritório do Crime. A publicação, lançada nesta sexta (5), relata que o deputado estadual Ary Ribeiro Brum, o vereador Josinaldo Francisco da Cruz e o vereador Alberto Salles foram alvos do grupo no Rio de Janeiro em 2007, 2008 e 2009, respectivamente.

O livro narra a trajetória de Adriano da Nóbrega, capitão do Bope apontado como líder do Escritório do Crime, que foi morto em fevereiro de 2020 na Bahia. A obra, editada pela Matrix, aborda também a associação do “Capitão Adriano”, como era conhecido, com a milícia carioca, atividades ilícitas e os vínculos com a família Bolsonaro.

O jornalista Sérgio Ramalho explora os bastidores e conexões criminosas relacionadas às execuções de Nadinho e Ary Ribeiro Brum pelo Escritório do Crime.

A milícia, formada por policiais e ex-policiais matadores de aluguel, recebe quantias milionárias pela encomenda de assassinatos. Alguns membros são suspeitos de terem participado do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Figura polêmica na política fluminense, Nadinho do Rio das Pedras foi indiciado pela CPI das Milícias em 2008. O vereador foi acusado de ter ligações com grupos paramilitares do Rio de Janeiro. Segundo “Decaído”, a execução pelo Escritório do Crime aconteceu após Nadinho aliar-se a uma milícia rival e perder as eleições de 2008.

A morte de Alberto Salles ocorreu em um semáforo fechado, na Barra da Tijuca, em março de 2008. O vereador de 36 anos estava dentro do veículo com seu motorista, José Natalino Silva, também atingido pelos tiros, mas que conseguiu sobreviver.

Semanas antes, o vereador teria denunciado uma tentativa de extorsão de milicianos para que ele fizesse campanha em Honório Gurgel, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. As investigações indicaram que o modus operandi do assassinato estava associado ao Escritório do Crime.

O deputado estadual Ary Ribeiro Brum foi morto dois anos antes, também por executores do Escritório do Crime. Conforme as investigações revelaram, o suposto mandante do crime seria o empresário Lindemberg Sardinha Meira, sócio de Ary Brum na aquisição de um hospital em Papucaia (RJ). Meira teria encomendado o assassinato após uma auditoria detectar um rombo de R$ 800 mil nas contas da sociedade.

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Reprodução.

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário