Por Metrópoles
Em entrevista a blogs de esquerda nesta quarta-feira (19/1), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ex-juiz Sergio Moro de “canalha” e classificou a Operação Lava Jato de “quadrilha”.
Lula ficou 1 ano e 7 meses preso pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex. A ordem de prisão, determinada em abril de 2018, foi assinada pelo então juiz Sergio Moro. A defesa de Lula afirma que a Lava Jato “atuava para condenar” o ex-presidente.
“Eu tive sorte do povo brasileiro que me ajudou a provar a farsa que foi montada contra mim em vida. Outros não tiveram. Juscelino [Kubitschek] até hoje paga por um apartamento que nunca foi dele no Rio de Janeiro”, disse Lula na entrevista concedida em um hotel em São Paulo e transmitida ao vivo pelo YouTube.
“Eu, graças a Deus, consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos, o Dallagnol, a mentira, o fake news, o PowerPoint da quadrilha. Tudo isso eu consegui provar que quadrilha eram eles”, continuou.
O ex-juiz rebateu o ex-presidente lembrando os desvios de dinheiro público na Petrobras e disparou: “Você será derrotado”.
Segundo a acusação contra Lula, a empreiteira OAS custeou benfeitorias em um apartamento atribuído ao petista localizado no Guarujá (SP), litoral paulista. Em troca, teria sido beneficiada pelo ex-presidente em contratos com a Petrobras. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que o benefício indevido chegou a mais de R$ 3 milhões.
Canalha é quem roubou o povo brasileiro durante anos e quem usou nosso dinheiro pra financiar ditaduras. E quadrilha é o nome do grupo que fez isso, colocado por você, Lula, na Petrobras. Você será derrotado. Só ofende pois não tem como explicar a corrupção no seu Governo.
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 19, 2022
Em novembro, Moro se filiou ao Podemos de olho na cadeira do Palácio do Planalto. A intenção dele, que foi ministro do atual governo, é se apresentar como uma alternativa a Lula e Jair Bolsonaro (PL).
O ex-juiz também tem sido atacado por Bolsonaro. Nessa terça-feira (18/1), o atual mandatário disse que a apreensão de drogas quintuplicou depois da saída de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Foto: Fábio Vieira/Metrópoles