Por Itatiaia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou por pouco mais de 20 minutos durante a abertura da reunião de cúpula dos países da América do Sul, que contou com as presenças de 11 presidentes, além de um representante do governo do Peru.
Lula defendeu o fortalecimento da UNASUL, que é a União de Nações Sul-Americanas, que foi criada em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula. Em 2010, a UNASUL contava com 12 países, incluindo o Brasil, mas o nosso país deixou o bloco, em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em seu discurso, Lula criticou a política externa do governo Bolsonaro e afirmou que divergências ideológicas dividiram o bloco.
“Nossa América do Sul deixou de ser uma referência geográfica e passou a ser uma realidade política. Infelizmente, esses avanços foram interrompidos nos últimos anos. No Brasil, um governo negacionista atentou contra os direitos da sua própria população, rompeu com os princípios que regem nossa política externa e optou pelo isolamento do mundo e do seu entorno. Essa postura foi decisiva para o descolamento do país dos temas que marcaram o cotidiano de nossos vizinhos”, afirmou Lula.
Ainda em seu discurso, o presidente Lula falou dos impactos da pandemia para os países sul americanos e pregou a união do bloco para enfrentar os desafios climáticos. Lula enfatizou que o desmatamento da Amazônia gera impacto na Bacia do Rio da Prata.
“Nossos países foram alguns dos mais afetados pela pandemia da Covid-19. As mortes, o sofrimento humano e o custo econômico deixaram marcas profundas. A crise sanitária escancarou antigas desigualdades e novas injustiças”, disse Lula.
O presidente Lula também falou dos impactos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para os países sul americanos e comentou os recentes episódios de ataques às instituições democráticas.
O presidente Lula voltou a reforçar o desejo de criação de uma moeda comum para transações comerciais entre países da América do Sul para que o bloco não fique dependente do dólar. Lula também defendeu a criação de um mercado sulamericano de energia, que pratique preços justos e com sustentabilidade ambiental.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil