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Lula não pediu nada a Campos Neto: “Importante é a interação“, diz Haddad sobre reunião Segundo ministro da Fazenda, as divergências não podem ser consideradas, antagonismo, pois "são normais no ambiente democrático"

28 de setembro de 2023, 12h15 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por CNN

O presidente Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reuniram pela primeira vez este ano na noite de quarta-feira (27). Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Lula não teria feito nenhum pedido chefe do Banco Central. “Importante é a interação”, disse o ministro.

“Presidente pediu alguma coisa? Não se pede nada. Cada um faz seu trabalho. Importante é a interação.”

Desde que assumiu o governo, Lula fez diversas críticas ao Banco Central e a Campos Neto sobre o patamar elevado da taxa de juros no país.

“Foi uma relação institucional, de excelente nível, de aproximação institucional, como fizemos com a Câmara, com Senado, Supremo. Agora entramos em uma nova fase da relação institucional da presidência com o banco central, essa aproximação estava acontecendo naturalmente com o ministério [da Fazenda]”, avaliou Haddad.

Segundo o ministro, as divergências não podem ser consideradas, antagonismo, pois “são normais no ambiente democrático”.

“Apresentamos números, eles apresentam números. Vamos construindo”, concluiu.

O presidente do Banco Central participa nesta manhã de entrevista coletiva à imprensa sobre o relatório trimestral de inflação. Perguntado sobre a reunião com Lula, disse que o combinado com o presidente foi “não falar sobre.”

*Espero que você [repórter] me perdoe, mas nós combinamos de não falar sobre. Foi a minha primeira [reunião com Lula]. Foi o que foi combinado entre nós. Faço das minhas palavras as do Haddad. O ministro já fez os comentários e concordo integralmente com o que ele disse.”

Campos Neto disse ainda que estavam presente no encontro apenas ele, Lula e Haddad. “Estou tentando construir uma relação de confiança”, afirmou.

Encontro

Durante pouco mais de uma hora, Roberto Campos Neto e Fernando Haddad estiveram com o presidente Lula no Planalto. O que está certo é que novas reuniões vão acontecer, fortalecendo as relações institucionais entre governo e Banco Central.

Fontes sinalizaram à CNN uma preocupação em preservar o primeiro encontro. É clara a percepção de alta sensibilidade da relação entre os dois.

Até pelo histórico de ataques e críticas duríssimas, não só do presidente da República, mas de seus ministros e aliados políticos ao chefe do BC.

Ao descerem juntos pelo elevador do Planalto, Haddad e Campos Neto trocaram meia dúzia de palavras, segundo pessoas que acompanharam a saída do gabinete presidencial.

“Reunião boa, não Roberto?”, disse o ministro da Fazenda. “Muito, excelente”, respondeu o banqueiro central. Se despediram na garagem e Haddad foi falar com a imprensa que aguardava alguma declaração sobre o encontro.

A partir de agora começa uma leitura sobre os efeitos da reunião. Um sinal importante será o comportamento de governistas, incluindo ministros e parlamentares, com Roberto Campos Neto.

Juros

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por um novo corte na taxa de juros da economia. O movimento passou a Selic de 13,25% para 12,75% ao ano, o mesmo patamar de maio de 2022, quando os juros estavam em ritmo de alta.

O grau do corte veio em linha ao esperado pelo mercado, que já previa a manutenção da estratégia de alívio da política monetária iniciada no último encontro do Copom, em agosto.

De acordo com a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26), os membros do grupo “concordaram unanimemente” com a expectativa de novos cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.

Segundo o documento, o Comitê avaliou que esse é o “ritmo apropriado” para manter a política monetária contracionistas necessária para o processo desinflacionário.

“Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, descreve a ata.

Foto: Diogo Zacarias

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