Por Itatiaia
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, se reunirão em encontro inédito em Nova Iorque, na próxima quarta-feira (20) à tarde. Os mandatários estão em Nova Iorque para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e terão o compromisso bilateral após um evento com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A agenda presencial com Lula e Zelensky é inédita e desejada pelo ucraniano desde o início deste terceiro mandato do petista à frente da presidência do Brasil, e a prioridade de Volodymyr é exigir uma postura mais incisiva da potência sul-americana em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia.
A questão pode se tornar um entrave diplomático para o Brasil, e nos últimos nove meses Lula sustentou uma posição neutra em relação ao conflito e se propôs a ocupar um espaço de mediação entre Ucrânia e Rússia. O brasileiro insistiu em agendas internacionais na culpa de ambas as nações para a escalada do confronto que, até agosto, segundo o New York Times, contava cerca de 500 mil russos e ucranianos mortos ou feridos.
A última citação indireta do petista à guerra no Leste Europeu ocorreu no início do mês durante a agenda de Lula na Índia para a reunião de Cúpula do G20. À imprensa local, o presidente sustentou que, apesar da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), Vladimir Putin não seria preso se viesse ao Brasil no encontro de líderes marcado para novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A declaração gerou mal-estar e, na semana passada, antes de retornar ao Brasil, Lula afirmou que a prisão ou não do russo cabe à Justiça.
Foto: Ricardo Stuckert/PR