Na noite dessa terça-feira (5), o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou a proposição de uma lei para criar uma província na região em disputa com a Guiana. E mostrou um mapa com o território já indexado que será distribuído nas escolas do país.
Enquanto isso, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou no mesmo dia que o país vai recorrer ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), após as recentes ações da Venezuela de anexar o território de Essequibo. “Levarei esse assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas amanhã, para que as ações apropriadas sejam tomadas”, cravou Ali.
Em um post nas redes sociais, Maduro confirmou a iniciativa de mandar o “novo mapa” para instituições educacionais.
“Imediatamente, ordenei publicar e levar a todas as escolas, colégios, conselhos comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e em todos os lares do país o novo Mapa da Venezuela com a nossa Guiana Essequiba. Este é o nosso querido mapa!”, escreveu. Embaixo, a imagem de como seria o mapa.
Veja:
Mapa da Venezuela com a anexação de território da Guiana
Veja, no fim do vídeo abaixo, o momento em que Maduro mostra o “novo mapa” que será ensinado nas instituições educacionais.
URGENTE: Maduro designa General como “autoridade única da Guiana Essequiba” e anuncia criação de “zona militar de defesa”.
Ditador venezuelano também apresentou “novo mapa” do país, com território que hoje pertence à Guiana. pic.twitter.com/FvpYiMgpUs
— Metrópoles (@Metropoles) December 5, 2023
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Entenda por que Maduro quer o território da Guiana
No centro da disputa está a província de Essequibo, uma área de 159.500 km², que representa cerca de 70% do território da Guiana. O interesse pelo domínio da região se acirrou após a descoberta de grandes jazidas de petróleo, em 2015. Novas descobertas do recurso em outubro deste ano elevaram a pressão na disputa pela região.
A Guiana alega que a questão foi resolvida em 1899, por meio da Sentença Arbitral de Paris que determinou as fronteiras dos territórios da Guiana Britânica. O governo da Venezuela, por outro lado, alega que o Acordo de Genebra de 1966 reconhece a reivindicação venezuelana.
Na noite de terça, além da proposição de uma lei para criar uma província venezuelana na região em disputa, Maduro anunciou a criação da Zona de Defesa Nacional Guiana Essequibo e designou o major-general Rodríguez Cabello como autoridade única da região.
Outra medida adotada pelo presidente da Venezuela consiste em uma ordem para a petroleira estatal PDVSA para que conceda licenças para a exploração de petróleo no local.
Confira a área em disputa:
Mapa da disputa entre Venezuela e Guiana
Corte internacional
Na última sexta-feira (1º/12), decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) proibiu a Venezuela de tentar anexar a região de Essequibo, na Guiana, ao seu domínio.
O Tribunal de Haia, como é conhecida a CIJ, decidiu, por unanimidade, que o país não pode tomar qualquer ação para interferir no atual status do território em disputa. O governo de Maduro, porém, não reconhece a jurisdição do tribunal.
A medida também restringe atitudes de ambas as nações que possam resultar no agravamento do conflito.
Créditos: Metrópoles.
Foto: ZURIMAR CAMPOS / VENEZUELAN PRESIDENCY / AFP.