Home Saúde Mães imunizadas contra a Covid-19 transmitem proteção aos bebês por meio da amamentação exclusiva

Mães imunizadas contra a Covid-19 transmitem proteção aos bebês por meio da amamentação exclusiva O estudo, realizado com mulheres vacinadas contra o SARS-CoV-2, confirmou a presença de altos níveis de anticorpos neutralizantes no leite materno.

13 de março de 2025, 20h30 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Uma pesquisa conduzida por especialistas do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) analisou os impactos da amamentação exclusiva na imunidade dos bebês contra a Covid-19. O estudo revelou que mulheres vacinadas contra o SARS-CoV-2 apresentam níveis elevados de anticorpos neutralizantes no leite materno, fortalecendo a proteção infantil contra infecções.

De acordo com os resultados, mães que mantêm a amamentação exclusiva possuem 22,6% de anticorpos neutralizantes no leite, enquanto aquelas que não seguem essa prática apresentam um percentual menor, de 16,1%. A descoberta é especialmente relevante, considerando que a vacinação para bebês menores de seis meses ainda não está disponível no Brasil, tornando o aleitamento materno um fator essencial na defesa imunológica dos recém-nascidos.

Importância da amamentação exclusiva
“A pesquisa representa um avanço significativo na compreensão da imunidade passiva conferida pelo leite materno e reforça a importância da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida”, explica a pediatra e líder do estudo, Maria Elisabeth Moreira.

Os pesquisadores também constataram que o tipo de vacina recebida – seja de tecnologia mRNA, vírus inativado ou vetor viral não replicante – não interferiu na quantidade de anticorpos presentes no leite materno. Isso indica que, independentemente da vacina administrada, a amamentação continua sendo uma estratégia eficaz para proteger os bebês contra o vírus.

Meta de ampliação da amamentação exclusiva
O estudo contou com a participação dos pesquisadores Yasmin Amaral, Antonio Egídio Nardi, Daniele Marano e Ana Carolina da Costa, todos do IFF/Fiocruz.

A ampliação do aleitamento materno exclusivo é uma das metas do Ministério da Saúde, que pretende alcançar a marca de 70% dos bebês de até seis meses recebendo apenas leite materno até 2030. Os especialistas reforçam que, diante da evolução da pandemia, seguir as recomendações de amamentação é fundamental para garantir a segurança dos recém-nascidos.

Foto: Reprodução/Pfizer.

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