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Manutenção do distanciamento social e ampliação de leitos têm salvado vidas em Belo Horizonte

12 de julho de 2020, 07h46 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Belo Horizonte é uma das cidades com menor taxa de mortalidade pelo novo Coronavírus em todo o país. Segundo dados nacionais do Ministério da Saúde, entre as 17 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, Belo Horizonte (2,5 milhões) é a que tem menos mortes, com 9 óbitos para cada 100 mil habitantes.

A taxa continuou entre as mais baixas mesmo com o aumento na capacidade de testagem. Cerca de 50 mil testes, entre RT-PCR e sorológicos, já foram realizados em moradores de Belo Horizonte. Esse é o resultado da política adotada pelo Município desde o início da pandemia, baseada em princípios científicos para distanciamento e adoção de protocolos sanitários, bem como na priorização de assistência à saúde.

Somente nos últimos 10 dias, foram disponibilizados 244 leitos para os casos de Covid na Rede SUS-BH – 39 leitos UTIs e 205 leitos de enfermarias. Em junho foram disponibilizados 262 leitos – 111 leitos de UTIs e 151 leitos de enfermarias. Somando os leitos Covid de enfermaria (1.003) e UTI (370), o SUS-BH conta hoje com 1.373 leitos. Em março, eram 234 leitos Covid: 101 de UTI e 133 de enfermaria. Um aumento de mais de 480% de leitos (no comparativo março/julho).

Esse aumento da oferta de unidades para o atendimento de pacientes acompanha o planejamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde junto aos hospitais e a evolução dos indicadores epidemiológicos e assistenciais em relação à pandemia.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, a epidemia se expande de forma exponencial, apresentando enorme crescimento dia a dia, como apontado na última semana. Diante disso, não se pode considerar que a expansão de leitos proporcione flexibilizações nas atividades econômicas.

“O atual momento da pandemia na capital mostra uma curva ascendente de casos e óbitos pela Covid-19. Mesmo se a taxa de ocupação de leitos na Rede SUS-BH estivesse em 50%, por exemplo, o número daria uma falsa sensação de que seria possível abrir o comércio. Pois o momento atual não permite a flexibilização para abertura, devido à ascendência da curva”, explica Jackson Machado Pinto.

O índice de transmissão continua gerando um crescimento exponencial de casos, que impactam na ocupação de leitos da capital mesmo com aumento significativo de oferta. Em 2 de julho, foram contabilizados 7.144 casos confirmados de Covid-19. Nessa quinta-feira, dia 10, os números saltaram para 9.978, representando um aumento de 40% de uma semana para outra.

Dados do 9º Boletim de Monitoramento da Covid-19, divulgados nesta sexta-feira, dia 10, confirmam essa expansão dos números. De acordo com o relatório, o nível de alerta geral permanece pela quinta semana consecutiva no vermelho (nível máximo), pressionado pelos índices de ocupação de UTI Covid, que estão em 88% (nível vermelho), e pelas internações nas enfermarias Covid, que saltaram na última semana de 67% (nível amarelo) para os atuais 76% (nível vermelho). O índice de transmissão (Rt) permaneceu no amarelo, mudando de 1,13 (registrado no último boletim) para 1,11. Mesmo com a leve queda, o índice acima de 1 demonstra aceleração no número de casos, com impacto direto na ocupação dos leitos.

Após a análise desses dados e com o compromisso de continuar priorizando vidas, a Prefeitura de Belo Horizonte definiu por manter a fase de controle na busca de restringir o número de pessoas circulando pela cidade. Veja quais são as atividades permitidas na fase de controle no portal da Prefeitura.

“Abrir o comércio pode sinalizar à população que está tudo bem, quando os números demonstram o contrário. Além disso, expomos mais trabalhadores ao vírus nesse momento de forte expansão da doença”, diz o secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis.

O secretário explica que, mesmo com a permanência na fase de controle, a Prefeitura continuará mantendo o diálogo com os representantes das atividades econômicas impactadas, buscando conjuntamente soluções e alternativas mais eficientes quando da possibilidade de retorno, que dependerá dos indicadores epidemiológicos.

Impacto de outras cidades na ocupação de leitos
De 1º de março até 5 de julho, 60 municípios do interior solicitaram internação na capital para casos suspeitos de Covid-19. No período foram feitas 5.406 solicitações de internação em Belo Horizonte por suspeita de Covid-19. Desse total, 780 solicitações foram de pacientes de outras cidades, o que representa 14,4%.

Das solicitações vindas de outras cidades, os principais municípios solicitantes de internação por Covid-19 em Belo Horizonte são Sabará (22,1%), Santa Luzia (18,2%), Ribeirão das Neves (10,4%), Vespasiano (8,5%) e Pedro Leopoldo (5,5%), sendo que esse conjunto de municípios responde por mais de 60% das solicitações. As demais solicitações estão divididas em outros 55 municípios. Com relação a internações em UTI, os pedidos totais são 1.067, sendo 312 (29,2%) do interior e da Região Metropolitana.

É importante esclarecer que todo o planejamento feito para atendimento à Covid-19 levou em consideração o fluxo de demanda hospitalar para Belo Horizonte das cidades da Região Metropolitana e de outros municípios. Historicamente, 43% das internações nos hospitais de Belo Horizonte são de pacientes de outros municípios.

Fonte: PBH
Foto: Ramon Bitencourt/O Tempo

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