A vacinação contra a gripe no Brasil em queda por causa da pandemia da Covid-19, (doença causada pelo novo coronavírus), terá campanha em vigor a partir de março. A imunização contra a enfermidade causada pelo vírus influenza, perdeu força entre os idosos, principal público-alvo. Para se ter dimensão do decréscimo, pessoas com mais de 60 anos representavam 45% dos vacinados contra a gripe em 2019. No ano passado, o volume caiu para 15% — queda de 30 pontos percentuais.
Os dados são do departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), obitidos pela reportagem da revista Metrópoles que o afastamento do brasileiro das campanhas de imunização.
Além dos idosos, fazem parte do programa de vacinação: profissionais da saúde, da segurança, da educação e do sistema prisional; doentes crônicos; adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e presidiários; caminhoneiros e profissionais de transporte coletivo; indígenas; crianças de 6 meses a 6 anos; pessoas com deficiência; gestantes; e puérperas até 45 dias após o parto.
No ano passado, quase 80 milhões de pessoas receberam a proteção. Contudo, com a falta de procura pelo público-alvo, o Ministério da Saúde disponibilizou doses para a população em geral.
Expectativa
Agora, espera-se que a campanha contra a Covid-19 (foto em destaque) traga novamente mais idosos aos postos de saúde para cumprir o calendário vacinal. O Ministério da Saúde não comenta detalhes do programa, mas estão ocorrendo reuniões para finalizar a estratégia.
A vacina demora 15 dias para fazer efeito no organismo. Por isso, o Ministério da Saúde planeja o cronograma para antes do inverno, período de maior circulação do vírus influenza.
“Nossa expectativa é de que os idosos e seus familiares entendam a importância da vacinação e como isso é fundamental para a sociedade. Quem se vacina protege a si e ao outro”, explica uma técnica do PNI.
A especialista salienta que o medo da Covid-19 influenciou, em grande parte, na queda de procura pela imunização contra a gripe. O cenário também é impactado por problemas como o crescimento de grupos antivacina, a propagação de fake news sobre eficácia e segurança dos imunobiológicos e até mesmo o descrédito atribuído às vacinas por parte da população.
“A imunização não pode ser efeito do medo da pandemia. Política pública de saúde não é formulada dessa forma, com medo. Precisamos da confiança e da adesão das pessoas”, conclui a técnica.
Logística
A médica infectologista e professora da Universidade de Brasília (UnB) Juliana Lapa explica que as próximas campanhas de vacinação podem ter resultados prejudicados.
Versão oficial
Durante dois dias, a reportagem procurou o Ministério da Saúde para que a pasta comentasse o assunto, mas não houve manifestação. O espaço continua aberto a esclarecimentos.
Por Metrópoles
Foto: internet/divulgação