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Mercado financeiro eleva previsão da inflação pela 19ª semana consecutiva Estimativa do IPCA sobe de 5,6% para 5,65% este ano.

24 de fevereiro de 2025, 16h11 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, subiu de 5,6% para 5,65% em 2025. Esse é o 19º ajuste consecutivo para cima.

Os dados foram divulgados no Boletim Focus desta segunda-feira (24), um relatório semanal do Banco Central (BC), em Brasília, que reúne as expectativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.

Para 2026, a estimativa de inflação também aumentou, passando de 4,35% para 4,4%. Já para 2027 e 2028, as projeções permanecem em 4% e 3,79%, respectivamente.

A previsão para 2025 supera o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta definida é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, resultando em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.

Inflação desacelera em janeiro
Em janeiro, o IPCA apresentou variação de 0,16%, a menor taxa para o mês desde 1994, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa desaceleração foi influenciada pelo desconto na conta de luz gerado pelo Bônus Itaipu, benefício que impactou milhões de consumidores.

No mês anterior, em dezembro de 2024, o IPCA havia registrado alta de 0,52%. A redução no ritmo da inflação não significa que os preços diminuíram, mas sim que a taxa de aumento foi menor. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registra alta de 4,56%.

Política monetária e taxa de juros
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano.

A valorização do dólar e as incertezas sobre o cenário econômico global levaram o BC a elevar os juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro. Esse foi o quarto aumento consecutivo, reforçando a política de aperto monetário.

Para as próximas reuniões, o Copom indicou que deve elevar a Selic em um ponto percentual em março, mas não detalhou possíveis ajustes para maio, afirmando que continuará monitorando o comportamento da inflação.

A previsão para 2025 é que a taxa básica suba para 15% ao ano, antes de começar a recuar gradualmente nos anos seguintes. A expectativa é que em 2026 a Selic caia para 12,5%, em 2027 para 10,5%, e em 2028 atinja 10%.

Quando a Selic é elevada, o objetivo é reduzir a demanda e conter a alta dos preços, já que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. No entanto, além da taxa básica, os bancos levam em conta outros fatores ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, margem de lucro e custos operacionais.

Por outro lado, quando a Selic cai, o crédito se torna mais acessível, incentivando o consumo e a produção, o que pode aquecer a economia, mas reduzir o controle sobre a inflação.

Crescimento econômico e câmbio
A expectativa do mercado financeiro para a expansão da economia brasileira em 2025 permaneceu em 2,01%. Para 2026, a projeção aponta um crescimento de 1,7%, enquanto para 2027 e 2028 a estimativa é de 2% ao ano.

No terceiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. Segundo o IBGE, no acumulado de janeiro a setembro do ano passado, a economia avançou 3,3%.

O resultado oficial do PIB de 2024 será divulgado pelo IBGE em 7 de março. Em 2023, a economia brasileira teve um crescimento de 3,2%, superando as previsões do mercado. No ano anterior, em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.

Quanto ao câmbio, as projeções indicam que o dólar pode atingir R$ 5,99 até o fim de 2025. Para 2026, a estimativa é que a moeda norte-americana chegue a R$ 6,00.

Foto: Freepik.

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