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Milei, Bolsonaro e Tarcísio se reúnem em evento de extrema-direita em SC

6 de julho de 2024, 12h30 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou sua participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil). Além dele, outros líderes da extrema direita brasileira como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo garantem presença no evento.

Na primeira vez em que Milei esteve no CPAC Brasil, em 2021, ele era ainda apenas um excêntrico deputado libertário na Argentina. Três anos depois, ele retorna à cúpula organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) como presidente, sendo o principal nome do evento, especialmente por seu discurso, que pode elevar a temperatura e causar incidentes diplomáticos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A trajetória de Milei exemplifica o objetivo principal da conferência: destacar potenciais lideranças de extrema-direita da América do Sul e formar uma rede de candidatos que se apoiam politicamente no continente. Essa estratégia também envolve políticos dos Estados Unidos e de países europeus, onde extremistas de direita têm ganhado poder, como Polônia, Hungria e Holanda.

A aproximação da família Bolsonaro com Milei no passado está rendendo frutos até hoje, com o argentino se encontrando com Bolsonaro e “ignorando” Lula durante a visita ao Brasil. O anarcocapitalista deve chegar a Balneário Camboriú (SC) na noite deste sábado (6), jantar com o ex-presidente e os governadores Tarcísio e Jorginho Mello (PL-SC), e palestrar na conferência no domingo (7), provavelmente no encerramento do evento.

O encontro com os bolsonaristas ganhou relevância devido aos atritos entre Lula e Milei durante a semana. O petista disse que Milei deveria pedir desculpas por ter falado “muitas bobagens” sobre ele e o Brasil durante sua campanha eleitoral em 2023. “As coisas que eu disse, ainda por cima, são corretas. Qual o problema de chamá-lo de corrupto? E por acaso não foi preso por ser corrupto? Eu o chamei de comunista. E por acaso não é comunista?”, respondeu o extremista.

Milei não solicitou, nem está previsto, um encontro com Lula, rompendo a praxe diplomática, o que foi interpretado como provocação. O governo brasileiro monitora o tom do argentino e não descarta retaliações diplomáticas, mas o Itamaraty tem evitado o confronto. A tensão aumentou após Milei cancelar sua participação na cúpula do Mercosul, na segunda-feira (8), em Assunção, no Paraguai.

Além de Milei, o CPAC Brasil contará com a participação de José Antonio Kast, político de extrema-direita do Chile, e Gustavo Vilatoro, ministro da Justiça de El Salvador, entre outros.

Eduardo Bolsonaro informou ao Estadão que o evento prova que eles não são “pessoas isoladas”, insinuando que a maioria do Ocidente estaria alinhada com suas ideias. O evento criticará a “economia verde”, o intervencionismo econômico, o feminismo e o aborto, além de debater segurança pública com foco em “direitos humanos voltados para a vítima e não para o criminoso”.

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: reprodução.

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