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Miliciano considera vagabundo quem o enfrenta, diz Renan sobre discussão com Flavio Bolsonaro em entrevista Relator da CPI da Covid foi chamado de 'vagabundo' por filho do presidente na última quarta-feira (12). Para emedebista, governo 'não tem argumentos' e tenta 'minimizar' debates da CPI.

17 de maio de 2021, 07h34 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), disse em entrevista  ontem (16) que ‘miliciano’ considera vagabundo toda a pessoa que o enfrenta.

Ele deu a declaração ao comentar a discussão que teve com o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última quarta-feira (12), durante depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten.

Flavio Bolsonaro não é integrante da CPI, mas, na última quarta-feira, compareceu ao colegiado para defender Wajngarten. Naquele dia, Renan e outros senadores queriam a prisão do ex-funcionário do Palácio do Planalto por falso testemunho.

Após pedir a palavra, o filho do presidente da República afirmou: “Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros”. Houve tumulto e Renan fez referência ao caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

“Eu aproveito a oportunidade para falar daquele episódio do xingamento de vagabundo. Isso é uma coisa da cultura do Rio de Janeiro. As pessoas que moram no Rio de Janeiro sabem que o miliciano tem uma cultura diferente. Ele nunca considera que é criminoso, que está cometendo dano à vida das pessoas, que está traficando, não. Ele acha que não é criminoso e considera que é vagabundo toda a pessoa que o enfrenta”, afirmou Renan em entrevista à GloboNews no domingo.

Quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, Flavio Bolsonaro empregou, em seu gabinete, mãe e esposa de um suspeito de integrar uma milícia no estado. Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Flavio também fez homenagens a supostos milicianos.

Na entrevista , Renan Calheiros também criticou a postura do governo Bolsonaro em relação aos trabalhos da CPI. Para o emedebista, o governo “não tem argumentos”, “vive de xingar” e tenta “minimizar” os debates feitos na comissão.

“O governo não tem argumentos, vive só de agredir, de xingar, de provocar, em um esforço diário para tirar a CPI do seu roteiro e para colocar, na discussão que cada vez mais convence a sociedade, uma discussão emocional, de alguém que tenta de todas as formas minimizar o debate que fazemos ali na CPI”, afirmou o parlamentar alagoano.

Ainda sobre o episódio, Renan afirmou que o filho do presidente chegou à CPI “apavorado” naquele dia e que agrediu verbalmente o relator da comissão “para o pai postar” na sequência. No mesmo dia, Bolsonaro compartilhou a ofensa proferida pelo filho em uma rede social.

Renan Calheiros também falou sobre outro filho do presidente da República, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que, segundo representante da Pfizer, participou de reunião no Palácio do Planalto sobre vacinas da farmacêutica.

” O que nós precisamos agora, depois das confirmações em relação a sua participação no gabinete das sombras, é quebrar o sigilo dessa gente toda para que a investigação também nessa direção, efetivamente, comece a andar. Em sendo, mais adiante, necessária a sua convocação, nós vamos convocá-lo [Carlos Bolsonaro]. Eu defendo que seja convocado”, disse o emedebista.

Conduta de Bolsonaro

Também na entrevista, o relator da CPI fez críticas à postura do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Ele mencionou a defesa, por parte do presidente, de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 e de teses equivocadas, como a de imunização de rebanho.

Ele também criticou aglomerações promovidas por Bolsonaro. Neste sábado, o presidente participou de atos pró-governo em Brasília, promovidos por religiosos e ruralistas.

O presidente, ministros e muitos manifestantes não utilizavam máscaras, apesar de o uso do equipamento de proteção ser obrigatório no Distrito Federal.
No Brasil, 435.823 pessoas já perderam a vida por causa da Covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

 

Por G1

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

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