Home Saúde Ministério da Saúde abre edital para comprar mais cloroquina

Ministério da Saúde abre edital para comprar mais cloroquina Governo lançou chamamento para adquirir medicamento sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus, enquanto estoques de vacinas estão no fim

19 de fevereiro de 2021, 17h40 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Estado de Minas

O Ministério da Saúde abriu chamamento público para a compra de diversas medicamentos. O edital contempla, inclusive, a hidroxicloroquina, aposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate ao coronavírus. O remédio, contudo, não tem eficácia comprovada cientificamente contra a COVID-19.

O edital não faz menção direta à COVID-19. Diversos remédios estão inclusos no chamamento, como o bisoprolol, utilizado por hipertensos e portadores de insuficiência cardíaca, e o anticonvulsivo rufinamida. A saúde federal também deseja adquirir, segundo o documento, “loção para a limpeza de pele” e “creme hidratante”.

A informação, publicada pela revista “Veja”, foi confirmada pelo Estado de Minas, que acessou o edital por meio do Diário Oficial da União (DOU).

Apesar das tentativas do governo federal de emplacar a cloroquina como alternativa no combate ao coronavírus, a substância é indicada para tratar enfermidades como lúpus e malária.

Em janeiro, a “BBC Brasil” mostrou que a União havia gasto R$ 90 milhões com a aquisição de compostos ineficazes para conter a COVID-19. Além da cloroquina, itens como a azitromicina e o tamiflu compõem a lista.

No fim do ano passado, o site “Metrópoles” publicou levantamento indicando que os comprimidos de cloroquina encalhados em estados e municípios poderiam abastecer algumas cidades por até 100 anos.

O edital segue o modelo de contratação direta. Portanto, há a dispensa de processo licitatório. As ofertas podem ser enviadas até o próximo dia 26.

Oposição critica mais cloroquina

O edital contemplando a hidroxicloroquina gerou reações. O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) teceu duras críticas ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Os questionamentos ocorrem sobretudo por conta dos problemas que algumas localidades brasileiras enfrentam para vacinar suas populações. O Rio de Janeiro, por exemplo, precisou interromper a campanha de imunização por falta de doses.

“As vacinas estão acabando e o que faz Pazuello? Abre chamado público para comprar mais cloroquina. Já acionei o MPF para que o ministro responda por crimes contra a saúde pública”, disparou.

Nesta semana, após pressão de governadores por mais doses, Pazuello garantiu repassar 230,7 milhões de unidades até julho. Os estados também reivindicaram a construção de cronograma detalhando os envios.

Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário