Ministros de destaque do governo Lula (PT) consideram cada vez mais plausível a hipótese de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentar buscar refúgio para evitar uma eventual prisão, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito sobre tentativa de golpe.
Embora não haja expectativa de que Bolsonaro deixe o país, a possibilidade de que ele solicite asilo em alguma embaixada em Brasília tem sido analisada por integrantes do governo. Essa medida também é vista como uma forma de fuga, de acordo com informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
A preocupação ganhou força após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, tirar licença da Câmara para viajar aos Estados Unidos. Para aliados do governo e lideranças petistas, a estadia no exterior pode estar relacionada a uma articulação para garantir abrigo ao ex-mandatário em uma embaixada, caso o STF acate a denúncia e ele se torne réu.
Membros do governo lembram ainda que, em 2024, Bolsonaro se hospedou por alguns dias na embaixada da Hungria, em Brasília, após ser indiciado por tentativa de golpe e ter seu passaporte retido. O líder húngaro, Viktor Orbán, é um dos principais aliados internacionais do ex-presidente.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem negado qualquer intenção de deixar o Brasil, embora tenha admitido que um pedido de asilo não está descartado. Sua equipe jurídica, por outro lado, alega que essa possibilidade não está em discussão no momento.
Na próxima terça-feira (25), a Primeira Turma do STF deverá decidir se aceita a denúncia contra Bolsonaro e outros envolvidos na investigação. Caso o tribunal aceite a acusação, o julgamento do mérito deve ocorrer até o final de 2025.
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