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Ministros do TCU veem fala de Nardes como participante de um golpe de Estado Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes enviou áudio a amigos que até seus colegas consideraram de "teor golpista"

21 de novembro de 2022, 14h25 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

Um áudio enviado a um grupo de amigos pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes provoca grande polêmica na República neste início de semana. Na mensagem, Nardes, que é próximo ao presidente Jair Bolsonaro (PL), cita um “movimento nas casernas” e diz que é “questão de horas, dias, no máximo, uma semana, duas, talvez menos, para que um desenlace bastante forte na nação ocorra”.

Ouça o áudio:

O ministro do TCU diz que não “poderia falar muito sobre o tema” após ter conversado “longamente com o time de Bolsonaro esta semana [a passada]”. O ministro afirma, ainda, sentir que a situação pode acabar em “um conflito social na nação brasileira”.

Reação enérgica de colegas no TCU

Segundo apuração do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, outros ministros do TCU reagiram nos bastidores ao áudio, que, de acordo com eles, tem teor “golpista”, enviado pelo colega Augusto Nardes em um grupo de WhatsApp com lideranças ligadas ao agronegócio.

Integrantes da Corte relataram que o sentimento interno após o áudio é de “constrangimento geral” entre os outros ministros, que desencadearam uma intensa troca de mensagens internas para combinar uma reação.

Nos bastidores, alguns membros do tribunal já chegam a enquadrar a fala de Augusto Nardes como possível crime previsto no artigo 359º-L da Nova Lei de Segurança Nacional (Lei 14.197, de setembro de 2021):

“Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.”

Há também ministros citando que Nardes pode ter infringido o artigo 35º da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que prevê como dever do magistrado “manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”.

Retratação

Por meio de mensagens privadas, ministros do TCU, e até emissários de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), têm pressionado Augusto Nardes a se retratar, seja por meio de uma declaração ou de uma nota pública à imprensa.

Nesse domingo (20/11), após a repercussão do áudio, Nardes enviou mensagem no mesmo grupo de WhatsApp do agronegócio dizendo que não buscou “incitar qualquer conduta que possa ser caracterizada como atentatória às Instituições ou ao Estado e à Ordem Política e Social”.

“Não estimulei e jamais estimularia atos violentos contra as instituições. Minha fala, que foi postada em grupo privado e restrito de mensagens, apenas compartilhou informações e externou minha percepção sobre fatos e acontecimentos em curso, dos quais não tenho qualquer domínio ou responsabilidade”, escreveu.

Foto: Igo Estrela/Metrópoles

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