Opinião
A afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ontem, durante coletiva no palácio do Planalto, dizendo que uma pessoa portadora de HIV representa “uma despesa para todos no Brasil”, além de “um problema sério para ela mesma, na visão da jornalista Miriam Leitão, “a frase demonstra preconceito na luta dos portadores da doença”.
A jornalista diz que “o preconceito ainda é grande” com portadores do vírus.
Ele foi sendo reduzido nos últimos anos, através de políticas públicas de esclarecimento. A sociedade civil se engajou para proteger o grupo. O governo também adotou um programa muito eficiente, de distribuição do coquetel de medicamentos antiaids, elogiada em todo o mundo”, informa.
“A política deu sobrevida e dignidade aos portadores do HIV. Há ainda um caminho a ser trilhado para acabar com o preconceito, para esclarecer tudo relacionado à doença. Ninguém contrai o vírus porque quer. Manter as campanhas de esclarecimentos e de distribuição de camisinhas é o caminho, elogiado pela ONU e por governos estrangeiros”, acrescenta Miriam.
“O custo [dos medicamentos] é pago pelos impostos, é para isso que eles existem. Nesse momento, por exemplo, aviões da FAB estão indo à China resgatar os brasileiros em Wuhan. Outros países como o Japão estão fazendo o mesmo. Proteger os cidadãos do país em áreas de risco é parte fundamental da diplomacia de relações exteriores. Não é porque determinada política em favor de vulneráveis custa caro que ela está errada. O programa traz resultados”, defende a jornalista.
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