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Moro se repete no Senado

19 de junho de 2019, 20h10 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

O Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, não saiu nem menor nem maior do depoimento de quase nove horas a que foi submetido hoje na CCJ do Senado da República. Na verdade, Moro se dispôs a ir ao Senado para esclarecer as dúvidas existentes no caso da revelação do site The Intercept Brasil de um possível concluiu entre o então juiz de Direito Sérgio Moro com o Ministério Público, sobretudo com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato. Segundo o site, pelo que foi publicado até agora, Moro interferiu no trabalho do Ministério Público para alterar os rumos da investigação, no que revelaria a parcialidade do juiz em favor ou em desfavor de alguns réus. Ontem, por exemplo, o site revelou uma participação de Moro em favor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, enquanto agia de forma contrária para penalizar, por exemplo, o ex-presidente Lula, sobretudo em determinado momento em que o juiz mandou a lava jato ouvir uma testemunha que teria alguma coisa nova a dizer. Não tinha, mas o Intercept considera que Moro perdeu a imparcialidade neste caso e em vários outros.

Sérgio Moro armou a sua defesa em alguns pontos. Primeiro, enfatizou que as conversas que vieram a público não trazem nenhuma prova ou coisa parecida entre ele, o juiz, e o procurador, que faz a acusação. Para Moro são conversas normais entre juiz e procuradores ou defensores. Segundo tentou mostrar o tempo todo que não se lembra de conversas que teve com Dallagnol de dois ou três anos atrás. Da mesma forma insistiu que a fonte do Intercept não é confiável e que não pode considerar as revelações como legítimas por que o site não as mostrou, preferindo a divulgação a conta-gotas. Em suma, Sergio Moro não ganhou nem perdeu, nem mesmo quando o petista Jaques Wagner propôs que ele se afastasse do cargo para deixar a Polícia Federal atuar mais à vontade já que está apurando o caso e é subordinada ao atual ministro da Justiça. Moro disse quer não renunciaria mas que não tem apego ao cargo. Como eu disse, Sérgio Moro entrou e saiu da audiência pública do mesmo tamanho que entrou. Mas o ambiente da CCJ era majoritariamente a seu favor, o que deu para ver pelas 40 intervenções dos senadores.

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