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Morre o professor Romeu Sabará, estudioso do folclore e da cultura negra Pesquisador da área de antropologia cultural atuou na UFMG durante 26 anos

14 de dezembro de 2023, 17h00 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Morreu na tarde desta quarta-feira, dia 13, o professor Romeu Sabará, do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Fafich, reconhecido pesquisador da área de antropologia cultural, folclore e cultura afro-brasileira. Sabará, que atuou na UFMG de 1970 a 1996, tinha 82 anos e não resistiu a complicações decorrentes de uma cirurgia do coração. Seu corpo será velado nesta quinta-feira, dia 14, das 9h às 12h, no Cerimonial Santa Casa (Rua Domingos Vieira, 600, bairro Santa Efigênia), e cremado em Betim.

Romeu Sabará era licenciado em Ciências Sociais pela UFMG (1969) e doutor em Antropologia Social pela USP (1997). Ele desenvolveu atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre comunidades indígenas, cultura negra, comunidades negras rurais (remanescentes de quilombos), comunidades urbanas de periferia, cultura popular e folclore. Em 1996, lecionou, como professor visitante, no Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade de Havana (Cuba).

O congado mineiro – manifestação de inspiração bantu – foi um dos seus principais campos de investigação e criação artística, sobre o qual se debruçou desde 1970. Em 1974, ele concebeu a Missa conga, rito paralitúrgico vinculado às festas de Congado e do Rosário em Minas Gerais. Sabará atuou ainda como assessor da Federação dos Congados de Minas Gerais, de 1970 a 1988. Convocado pelos próprios congadeiros, ocupou a presidência da instituição no quadriênio 1989-1992.

Arturos e memória
Em maio de 1989, o antropólogo comandou uma delegação de congadeiros à França para participar das comemorações do Bicentenário da Revolução Francesa. Em 2015, publicou um dos seus mais importantes trabalhos, a tese de doutorado sobre a comunidade negra dos Arturos, localizada em Contagem.

Mais recentemente, Sabará lançou o livro Memórias de um antropólogo brasileiro em plena ditadura. Em seu blog, que manteve atualizado até maio deste ano, Sabará explicou que a obra “cumpre uma tríplice função: aprofundar suas reflexões antropopsicanalíticas sobre a ditadura no Brasil como um contínuo, expor sua problemática de pesquisador e, por fim, popularizar a Antropologia Social”.

Romeu Sabará também escreveu livros de poesia, como De Marias e Madalenas, saga de José Maria Madalena, lançado em 1996 pela Mazza Edições e republicado em Lisboa pela Chiado Books, em 2019.

O professor deixa os filhos Renata, Raquel, Camila, Cassiana e Matheus.

Com imformações da UFMG.

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