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Mourão sobre ameaças a servidores da Anvisa: “Clima de intolerância” O vice-presidente disse ainda que a Anvisa considera a vacinação "factível", mas que é necessário aguardar mais definições

20 de dezembro de 2021, 11h28 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRBT) disse, na manhã desta segunda-feira (20/12), que as ameaças sofridas por servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) demonstram o “clima de intolerância” vivido por brasileiros. A violência aos diretores da agência começou depois da aprovação da aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.

Questionado pela reportagem do Metrópoles sobre as ameaças que o órgão vem relatando desde a semana passada, Mourão falou que esse clima não faz bem à sociedade.

“Isso aí faz parte daquele clima de intolerância que vem ocorrendo aqui no Brasil. E isso não é bom para sociedade como um todo”, opinou o general.

Mourão disse ainda que tem que aguardar para ver o que a ciência e medicina definirão, mas classificou a decisão da Anvisa como “factível”. “Tem que ver o que a ciência e a medicina vão definir, né? A Anvisa considera que é factível. Então, agora vamos aguardar”, disse.

Diferentemente do vice, o presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou a decisão dos servidores encarregados de liberar o uso dos imunizantes. Na live da última quinta-feira (16/12), o chefe do Executivo federal pediu o nome das pessoas da Anvisa que aprovaram a vacinação para crianças de 5 a 11 anos.

“A Anvisa não está subordinada a mim – deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e, obviamente, formem o seu juízo. […] Você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacinação a partir de 5 anos para o seu filho”, disse o presidente.

Bolsonaro, que tem uma filha de 11 anos com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disse que ainda vai estudar a nova orientação da Anvisa e ver “qual decisão tomar” sobre Laura.

Pedido de proteção
A agência chegou a pedir proteção policial aos seus servidores em todo o país, devido aos altos registros de ameaças, inclusive contra a vida dos mesmos, que tiveram início após as falas do presidente da República.

“Anvisa informa que, em face das ameaças de violência recebidas e intensificadas de forma crescente nas últimas 24 horas, foram expedidos ofícios reiterando os pedidos de proteção policial aos membros da Agência. Tais solicitações já haviam sido feitas no último mês de novembro quando a Agência recebeu as primeiras ameaças” – informa Anvisa.

O órgão entende que crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os responsáveis. A Anvisa comunicou setores do governo e outras autoridades sobre as ameaças, casos do GSI, Ministério da Justiça, Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal.

“Mesmo diante de eventual e futuro acolhimento dos pleitos, a Agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil. Não é possível afastar neste momento que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas”.

Foto: Reprodução/Twitter

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